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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Relatório norte-americano mostra como veículos a hidrogénio são essenciais



A National Hydrogen Association (EUA) divulgou, hoje, o relatório «Energy Evolution: An Analysis of Alternative Vehicles and Fuels to 2100». O documento mostra que um cenário que considera um mix de veículos alternativos, em que predominam os veículos a células de combustível a hidrogénio, é a única forma de cortar com as emissões com gases de efeito de estufa dos EUA em cerca de 80 por cento relativamente a 1990.

Este cenário permite ainda alcançar a independência do petróleo a meio do século e controlar quase toda a poluição emitida para o ar por volta de 2100. Ao mesmo tempo fica demonstrado que a expansão de estações de abastecimento para o hidrogénio é menos dispendioso do que a maioria das pessoas pensa.

O relatório foi elaborado com base na comparação de mais 15 combustíveis promissores e veículos alternativos num horizonte de mais de 100 anos, através de dados e modelos que permitissem criar cenários em que um destes combustíveis e veículos alternativos dominassem. Os cenários fazem a avaliação da performance e viabilidade das mais de 15 alternativas consideradas em termos das emissões de gases com efeito de estufa, importações de hidrocarbonetos, poluição urbana do ar e custos para a sociedade.

O estudo foi conduzido por um grupo de especialistas, tendo sido coordenado por Frank Novacheck, e posteriormente validado por especialistas de várias organizações como U.S Department of Energy, National Renewable Energy Laboratory e U.S. Fuel Cell Council.

«Sinceramente, os resultados surpreenderam-nos, mas os dados falam por si. Estes mostram quantitativamente porque é extremamente importante continuar a investir activamente em veículos movidos a hidrogénio e estações de abastecimento no sentido de os tornar mais acessíveis aos consumidores», afiança Jeff Serfass, presidente da National Hydrogen Association.

O relatório pode ser consultado na íntegra em: http://www.hydrogenassociation.org/general/evolution.asp

Maior projecto de demonstração de utilização de hidrogénio arranca no Canadá

O Hydrogen Engine Center, Inc. anunciou ontem que vai participar num projecto de demonstração da tecnologia de hidrogénio no aeroporto internacional Pierre Elliot Trudeau, em Montreal, Canadá. Com um orçamento de cerca de 11 milhões de dólares, este é o maior projecto relacionado com o hidrogénio realizado em todo o mundo.

O projecto tem como objectivo demonstrar a tecnologia do hidrogénio, como vector energético, e das infra-estruturas de abastecimento. Assim, vários equipamentos deverão ser testados incluindo o transporte de passageiros, transporte de cargas, e tecnologias de abastecimento. A ideia é provar que o hidrogénio pode ser integrado no dia-dia com segurança e eficácia.

Os governos do Canadá e do Quebec são os principais parceiros do projecto, de que também faz parte a Air Liquide, que participa e coordena o projecto. O Hydrogen Engine Center deverá trabalhar directamente com a Air Liquide em todos os aspectos relacionados com os equipamentos de combustão interna necessários ao abastecimento de hidrogénio.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Grupo Linde desenvolve processo inovador de produção de hidrogénio a partir de glicerina

O grupo Linde está a desenvolver um processo inovador para a produção sustentável de hidrogénio, a partir de materias biogénicos. A Hydromotive GmbH, subsidiária do grupo Linde, deverá construir uma unidade de demonstração em Junho deste ano, em Leuna (Alemanha), que deverá produzir hidrogénio a partir da glicerina obtida a partir da produção de biodiesel.

«Com este processo inovador estamos a dar mais um passo no sentido da utilização de energia com baixa emissão de carbono», afirmou Aldo Belloni, membro do Conselho de Administração da Linde.

A unidade de demonstração deverá utilizar a tecnologia de pirólise e estará em pleno funcionamento a meados de 2010. O hidrogénio produzido em estado gasoso será encaminhado para a existente Leuna II, empresa de produção de hidrogénio, onde será purificado e liquefeito. Este hidrogénio liquefeito será utilizado como combustível em Berlim e Hamburgo.

A glicerina em estado «bruto», resultante do processo de produção de biodiesel, é particularmente adequada para a produção de hidrogénio tendo em conta que contém uma grande percentagem de hidrogénio. O potencial da biomassa, por hectare, pode crescer assim exponencialmente se for considerada a produção de hidrogénio, para combustível, a partir da glicerina.

O grupo Linde é o maior produtor mundial de unidades de produção de hidrogénio, disponibilizando da tecnologia mais avançada neste domínio. A companhia é líder no desenvolvimento de estações de abastecimento de hidrogénio, estando a sua tecnologia presente em 15 países.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Primeiro Business Lunch da AP2H2 debate Pólo de Competitividade e Tecnologia em Energia

A Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio está a organizar o 1º Business Lunch, que terá lugar a 7 de Maio, no CATIM, campus do INETI. O evento visa dar a conhecer aos membros da Comunidade da Economia do Hidrogénio o recentemente constituído Pólo de Competitividade e Tecnologia em Energia, reconhecido pelo Ministério da Economia e Inovação, no quadro das medidas do QREN. São membros promotores do Pólo a EDP, a GALP, a EFACEC, a Martifer e o MIT Portugal.

A apresentação deste novo organismo, dos seus objectivos estratégicos e dos projectos em preparação, será feita pelo orador Engenheiro Jorge Cruz Morais, Vogal do Conselho de Administração Executivo da EDP.

A inscrição, que inclui o almoço é de 25 euros, estando previsto preços especiais para associados e estudantes. Para participar basta pedir a ficha de inscrição através do info@ap2h2.pt.

sábado, 25 de abril de 2009

LNEG na direcção da European Energy Research Alliance

O Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) fica na direcção da European Energy Research Alliance (EERA). Esta aliança irá alargar-se a todos os países com investimentos significativos na área da investigação energética. Estas são apenas duas das conclusões retiradas da reunião da EERA que decorreu a semana passada, pela primeira vez em Lisboa, com a presença dos 10 laboratórios de estado fundadores.

Nesta reunião ficaram ainda definidas algumas áreas de actuação para o progresso energético na Europa, sendo que o LNEG, o único representante português nesta aliança, irá contribuir para o desenvolvimento de projectos nas áreas de Energia Eólica, Captura e Armazenamento de CO2, Energia das Ondas e Energia Solar. Fazendo parte da direcção da EERA, Portugal terá um lugar de destaque na investigação energética, aproximando-se dos melhores parceiros internacionais que poderão garantir o sucesso do investimento nas áreas da energia.

A EERA tem como objectivo potenciar a investigação energética e acelerar a sua inserção na indústria europeia. Esta reunião marcou o início da actividade da EERA, aliança fundada por Portugal, Espanha, Grécia, Holanda, Itália, Alemanha, Reino Unido, Finlândia e Dinamarca.

De acordo com Teresa Ponce de Leão, Presidente do Laboratório Nacional de Energia e Geologia «esta aliança pretende reforçar, expandir e optimizar as competências da Europa na investigação energética. Portugal tem sido apontado na vanguarda das políticas para a energia e o LNEG, como membro fundador da EERA e como garante da articulação das competências nacionais nas suas áreas de intervenção, pretende ser um membro bastante activo nas actividades dentro desta rede de investigação».

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Instituto Europeu para a Inovação e Tecnologia lança call para primeiras comunidades de inovação

O Instituto Europeu para a Inovação e Tecnologia (EIT, da sigla em inglês), constituído em Setembro passado em Praga, tem uma call para candidaturas a Comunidades de Conhecimento e Inovação (KICs). O EIT pretende ser um elemento determinante no crescimento sustentável e competitivo da Europa, estimulando a inovação de modo a ter impactes positivos na sociedade e na economia.

Uma das prioridades do EIT surge, assim, como a definição das KICs até Dezembro próximo. Estas comunidades deverão assentar nas parcerias e incluir a educação, tecnologia, investigação, negócio e empreendedorismo, no sentido de produzir inovação, modelos de inovação e servir de exemplo para outros criarem igualmente inovação.

As KICs terão de partilhar ideias, tecnologias, cultura e modelos de negócio, criando novos negócios para a indústria existente e para novos investidores. Assim, uma das componentes mais fortes destas comunidades é a educação e a promoção de pessoas empreeendedoras. Por isso, é esperado que as KICs tenham um impacte social significativo, não apenas no seu trabalho específico, mas também como criador de uma nova cultura de inovação na Europa.

As primeiras duas ou três KICs serão conhecidas no início de 2010. A call do EIT, agora aberta, visa candidaturas para essas primeiras KICs. O deadline para a apresentação de propostas é 17 horas de Agosto 2009. Mais informação disponível no site do EIT.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mistura de enzimas transforma biomassa em combustível para carros a hidrogénio


Um grupo de investigadores norte-americanos ou uma complexa mistura de enzimas que é capaz de consumir a celulose de pedaços de madeira, e outros tipos de biomassa e liberar hidrogénio, que pode ser consumido directamente pelas células de combustível.

Com uma mistura de 14 enzimas, uma coenzima, biomassa de plantas não alimentares e água aquecida a 32º C, os pesquisadores produziram hidrogénio com um grau de pureza tal que pode ser injectado directamente numa célula de combustível.

A célula de combustível usa o hidrogénio para produzir eletricidade, libertando água como subproduto. A electricidade é usada para alimentar os motores eléctricos do carro.

O processo é tão rápido quanto a produção natural do hidrogénio por fermentação e tem um rendimento energético maior do que a energia química armazenada em açúcares - o mais elevado rendimento na produção de hidrogénio já reportado até hoje a partir de materiais celulósicos.

«Além de converter a energia química do açúcar, o processo também converte a energia térmica, de baixa temperatura, em energia contida em um hidrogénio de alta qualidade,» explica o professor Percival Zhang, da Universidade Virginia Tech.

Esta pesquisa surgiu na sequência da descoberta original, anunciada há cerca de dois anos, quando o processo ainda era ineficiente e pouco robusto e era baseado em amido extraído de plantas utilizadas na alimentação.

Copenhaga promove utilização de veículos a hidrogénio

Em 2015, cerca de 85 por cento dos veículos do município de Copenhaga, Dinamarca, deverão ser movidos a electricidade ou hidrogénio. O projecto que está a transformar a capital dinamarquesa dá pelo nome de Hydrogen Link e promete desenvolvimentos nos próximos anos.

O projecto prevê ainda que a frota do município, num total de 600 carros, esteja toda convertida em veículos eléctricos ou movidos a hidrogénio, em 2025. No sentido de promover, ainda, os veículos a hidrogénio, a Dinamarca resolveu isentar de taxas este tipo de veículos.

Por outro lado, é esperado um acréscimo no investimento em estações de abastecimento a hidrogénio, que deverão duplicar. Os detentores de um veículo a hidrogénio têm ainda o benefício, na Dinamarca, de não pagar parqueamento.

Até ao final deste ano Copenhaga deverá contar com mais 15 veículos com células de combustível e uma estação de abastecimento a hidrogénio, numa preparação para acolher a reunião das Nações Unidas dedicada às alterações climáticas, que terá lugar na capital dinamarquesa em Dezembro.

terça-feira, 14 de abril de 2009

World Green Car 2009 atribuído a veículo com célula de combustível


O prémio World Green Car 2009 foi atribuído, ontem, ao Honda FCX Clarity. O anúncio foi feito no New York International Auto Show and Mobil 1. O FCX Clarity ganhou ao Mitsubishi i-MiEV e ao Toyota iQO, que integravam a lista dos finalistas. O veículo foi escolhido entre uma lista de 22 propostas feitas por um júri constituído por 59 membros de 25 países.

O FCX Clarity tem um motor eléctrico que é alimentado por uma célula de combustível, tem como emissões vapor de água e a sua eficiência está avaliada no triplo de um actual veículo de gasolina e o dobreo de um veículo híbrido. O carro está disponível apenas mediante um sistema de leasing.

O World Green Car premiuou anteriormente o BMW 118d, em 2008, o Mercedes-Benz E320 Bluetec, em 2007, e o Honda Civic Hybrid, em 2006.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Recordes de participação na NHA Conference mostram interesse crescente no hidrogénio


O interesse no hidrogénio está a crescer conforme ficou patente com o número record de participantes na NHA Conference and Hydrogen Expo, o evento mais importante dedicado ao hidrogénio que tem lugar nos EUA, que decorreu entre 30 de Março e 3 de Abril em Columbia. Neste ano, que marcou a 21 edição do evento, foram registadas 2000 visitas além dos mais de 700 participantes, ou seja, o dobro do que o verificado no ano passado.

«Apesar de estarmos a trabalhar numa economia com pouca margem de manobra, o evento testemunha a força e a vitalidade da indústria do hidrogénio e o grande interesse que os combustíveis alternativos têm junto do público», afirmou Jeffrey Serfass, presidente da Associação Nacional do Hidrogénio (NHA, da sigla em inglês). «A venda crescente de produtos com hidrogénio tem alertado as pessoas para a variabilidade da sua utilização, benefícios e o potencial desta economia», avaliou o responsável.

O evento contou com 80 expositores com produtos que foram desde as câmaras de vídeo alimentadas a hidrogénio, passando pelos electrolizadores, e ainda máquinas a células de combustível. Com o tema centrado no potencial do hidrogénio no sector industrial, a edição deste ano contou com mais produtos disponíveis para venda do que nos anos anteriores, como equipamentos portáteis, componentes, e mesmo segways a hidrogénio, usados pela polícia local. Em exposição estiveram 11 veículos movidos a hidrogénio, incluindo um autocarro Proterra, e mais de 500 pessoas testaram veículos da General Motors, Honda, Daimler e Hyundai. Entre os profissionais e especialistas o interesse também foi de registar.

Além de especialistas dos EUA, estiveram presentes representantes de mais de 30 países. A conferência desenrolou-se em mais de 40 sessões temáticas que abordaram todas as questões desde a produção à utilização do hidrogénio. No próximo ano o evento terá lugar em Long Beach, entre 3 e 6 de Maio, com o tema «green energy, green jobs, green planet.»

terça-feira, 7 de abril de 2009

SRE participa na feira Hannover Messe com a Fundación Aragón

A SRE – Soluções Racionais de Energia vai estar presente na feira Hannover Messe, o evento mais importante em todo o mundo dedicado à tecnologia e o principal certame Europeu no que se refere à Economia e Tecnologia do Hidrogénio, que decorre entre 20 e 24 de Abril na cidade alemã. A empresa portuguesa apresenta as suas pilhas de combustível, fontes e aplicações de demonstração através da parceria estabelecida com a Fundación para el Desarrollo de las Nuevas Tecnologías del Hidrógeno en Aragón (Espanha).

Os visitantes poderão, assim, testar a utilização de fontes de alimentação da SRE na alimentação de electrónica portátil, iluminação de emergência e em aplicações de tracção (trolley de golfe). A empresa prevê ainda apresentar na feira o seu novo modelo de pilha de combustível de 50 W (25SR10), constituído por 25 células com 10 cm2 de área útil. A tecnologia da SRE mantém-se competitiva nas pequenas potencias, nicho de mercado em que a empresa tem centrado os seus desenvolvimentos.

A parceria estabelecida com a Fundación para el Desarrollo de las Nuevas Tecnologías del Hidrógeno en Aragón visa, numa primeira fase, a abordagem do mercado de Espanha, podendo ser alargada a outros mercados, nomeadamente da América Latina, em que a entidade espanhola tem vindo a marcar presença em iniciativas de promoção e divulgação da Economia do Hidrogénio.

O stand da Fundación Aragón é o G74/2, no Pavilhão 3.

domingo, 5 de abril de 2009

Hidrogénio pode ser produzido a partir de águas residuais

Um estudo da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, no Brasil, propõe a produção de hidrogénio como fonte de energia renovável, em alternativa aos combustíveis fósseis, a partir do tratamento de águas residuais.

Um dos coordenadores, Marcelo Zaiat, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC, explica que a produção biológica de hidrogénio pode ocorrer por duas vias: fotossíntese e processo fermentativo. «A produção fermentativa foi o tema abordado na pesquisa, que objectivou o desenvolvimento de biorreactores anaeróbios e o estudo das melhores condições para a produção de hidrogénio. A fermentação é tecnicamente mais simples e, nesse caso, o hidrogénio pode ser obtido a partir da matéria orgânica presente em águas residuais», segundo Zaiat.

O processo anaeróbio de conversão de matéria orgânica divide-se basicamente em duas fases: acidogénica e metanogénica. O hidrogénio é obtido na primeira fase (acidogénica), a qual é mediada por organismos que consomem a matéria orgânica das águas residuais e produzem ácidos orgânicos, álcoois e hidrogénio.

«O desafio nesta fase está no desenvolvimento de reactores biológicos mais adequados para essa conversão, permitindo a maximização da produção de hidrogénio. O uso de biorreactores acidogénicos conjugados com os metanogénicos possibilita o tratamento de água residuais, assim como a produção de hidrogénio como fonte de energia», apontou.

Nesse contexto de associação entre a produção de hidrogénio com baixo custo e o controle da poluição ambiental, Zaiat aponta que os trabalhos de pesquisa na área começaram a ser desenvolvidos na década de 1990 e que, até hoje, mais de 200 estudos sobre bioprodução de hidrogénio já foram publicados no mundo.

«Muitos problemas de engenharia ainda devem ser resolvidos antes de essa tecnologia poder ser aplicada em escala industrial, mas os dois grupos têm trabalhado com águas residuais de várias origens, buscando aplicações em vários sectores produtivos ligados à América Latina», apontou o professor.

O projecto propõe que, acoplado à estação de tratamento de águas residuais (ETAR) possa estar um reactor acidogénico para produção do hidrogénio, um combustível limpo que gera, nas células, a água como único produto, disse Zaiat. Entre as formas de obtenção de hidrogénio estão a queima de combustível fóssil, electrólise e a produção biológica.

«A produção biológica é a mais atractiva por envolver tecnologias de baixo custo quando comparada a outras técnicas, além de requerer menos energia para a sua geração. Esse tipo de produção pode contribuir para a redução de custos na geração de hidrogénio principalmente se a matéria-prima - os compostos orgânicos - for obtida de águas residuais geradas por indústrias ou esgoto», afirmou.

Segundo o pesquisador, além de ser um combustível limpo, outra vantagem é que o hidrogénio é quase três vezes mais energético do que os hidrocarbonetos. «Essa conta é feita pela termodinâmica. O calor de combustão do hidrogénio é de 122 quilojoules por grama (kJ/g), cerca de 2,75 vezes maior do que o dos hidrocarbonetos», calculou.

Este estudo valeu aos seus autores o prémio Mercosul de Ciência e Tecnologia 2008, que seleccionou os melhores estudos sobre o tema Biocombustível, elaborados por estudantes e pesquisadores da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Fotossíntese artificial pode ser caminho para a economia do hidrogénio


Descobrir novas rotas de produção de hidrogénio, tendo como matérias-primas apenas a água e a luz solar, é a meta que tem sido perseguida nos últimos anos pelo professor Stenbjörn Styring e sua equipe na Universidade de Uppsala, na Suécia. No workshop BIOEN/PPP Ethanol on Sugarcane Photosynthesis, que teve lugar em Fevereiro, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo, Brasil, Styring mostrou parte dos seus estudos sobre o que chamou de “química do manganês e do ruténio” para a geração de energia, por meio da transferência de electrões da molécula de água.

Os trabalhos, realizados por meio do Consórcio Sueco para a Fotossíntese Artificial (Swedish Consortium for Artificial Photosynthesis, da sigla em inglês), que reúne dezenas de grupos de pesquisa e mais de 200 cientistas, demonstraram ser possível obter energia por meio de fotossíntese artificial. Há já, pelo menos, quatro relatos na literatura científica que descrevem esta tecnologia. «A fotossíntese que estudamos não utiliza organismos vivos, mas apenas água, luz do sol e um catalisador», disse Styring no evento realizado no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

«Estes novos conceitos químicos são completamente diferentes e visionários, uma vez que conseguimos provar ser possível que, a partir da energia do sol, a água produza combustíveis como o hidrogénio.» Durante a palestra From natural to artificial photosynthesis: hydrogen from solar energy and water, Styring apresentou diferentes compostos e sistemas químicos que utilizam elementos como ferro, cálcio, manganês e ruténio para a geração de hidrogénio por meio da fotossíntese artificial.

Segundo o investigador, a fotossíntese artificial não é uma mera imitação da natural. «O objectivo é utilizar os mesmos princípios-chave e não apenas copiar as enzimas naturais para a geração de hidrogênio a partir da luz do sol. Utilizamos apenas as mesmas ideias da natureza», explicou.

«Estes princípios-chave, que são muito difíceis de serem replicados, resumem-se a retirar os electrões da água após a absorção da luz solar. Em vez da clorofila, utilizamos, por exemplo, complexos de ruténio. Ligamos as moléculas de ruténio, que absorvem a luz, com os sistemas de manganês que conseguem tirar os electrões da água», disse.

Para Styring, a produção de hidrogénio em grande escala pela fotossíntese artificial ainda está distante de ocorrer, apesar de este tipo de tecnologia ter grande potencial no âmbito dos sistemas energéticos futuros. «Especialistas em todo o mundo estudam diversos métodos, directos e indirectos, para obter combustíveis renováveis a partir da luz solar. Mas, actualmente, um dos nossos maiores desafios não é transferir um electrão da água por vez, porque sabemos como fazer isso, e sim fazer com que os electrões retirados da água possam servir como uma matéria-prima infinita para a geração de combustíveis renováveis», avançou ainda.