Um ano depois do lançamento do programa de mobilidade do carro eléctrico, o primeiro ponto de carregamento da rede piloto foi inaugurado no Parque das Nações, em Lisboa. Portugal tem em marcha a «rede mais moderna, inteligente e integrada em todo o mundo» para abastecimento de automóveis eléctricos, afirmou o Primeiro-Ministro na inauguração. «A entidade gestora vai permitir que qualquer cartão de abastecimento seja aceite em toda a rede. Qualquer cliente de qualquer fornecedor pode abastecer com o cartão Mobi. E em que qualquer posto», afirmou José Sócrates.
«Por detrás deste primeiro ponto, está todo um sistema, uma plataforma integradora que permite que à medida que se acrescentam pontos eles formem uma rede. Este sistema integrado, com inteligência, permite fazer a diferença e tornar esse sistema muito atractivo até no exterior do País», frisou o responsável do Gabinete para a Mobilidade Eléctrica em Portugal, João Dias.
A inspiração para o projecto piloto veio da rede multibanco. «O conceito aqui foi o mesmo: fazer com que um utilizador, com um único cartão, tivesse acesso a todas as estruturas, todos os pontos de carregamento da rede Mobi.E», explica João Dias. Assim, os utilizadores vão ter possibilidade de escolher um cartão associado a uma das empresas que «comercializa» a mobilidade eléctrica e poder carregar o seu carro em qualquer ponto do País, independentemente de quem lhe está a facturar a electricidade.
Os custos de carregamento dos carros eléctricos deverão ficar entre 1,5 euros e 4,5 euros por cada 100 quilómetros, sendo que o valor mais baixo diz respeito a um automóvel abastecido durante a noite, na casa do proprietário, num regime de tarifa bi-horária. Já o preço mais elevado deverá corresponder a um posto de carregamento rápido, que reduz o tempo para o automóvel ficar com a bateria pronta a utilizar.
O Coordenador do Gabinete para a Mobilidade Eléctrica em Portugal estima que, em 2020, com uma penetração de 10 por cento de carros eléctricos, «o negócio da venda de electricidade para os veículos, o fee [taxa] de carregamento dos pontos, o sistema de gestão e a produção e fabrico dos carregadores represente um volume anual estimado de 800 a 810 milhões de euros».