Os alunos do 12ºA da turma de Química da Escola Secundária de Azambuja apresentaram a concurso, no Instituto Nacional da Água (INAG), um projecto inovador que consiste na construção de um hotel auto-sustentável e que promove a eco-eficiência. O projecto vai também ser apresentado no concurso de Jovens Cientistas e Investigadores.
Joana Abreu, Beatriz Ventura, Maria Ana Batalha, Joana Ferreira e Ana Laura Borges são as autoras deste projecto, intitulado H2OTEL, cujo objectivo primário é a preservação dos recursos naturais, optando pela pesquisa de outros que ainda não foram explorados devidamente.
Beatriz Ventura refere que a iniciativa surgiu de uma experiência de físico-química que era a electrólise da água salgada que decidiram explorar no concurso”. “Pensámos primeiro numa barragem, depois numa ETAR e entretanto surgiu a ideia de criar um hotel auto-sustentável”, explica a aluna.
O objectivo é pôr de parte os combustíveis tradicionais e utilizar a energia do sol e o hidrogénio. A inovação do projecto está no provar que a energia solar pode ser transformada e armazenada para posterior utilização sem emissão de gases poluentes.
Maria Ana Batalha explica que sendo Portugal um país com uma grande costa marítima, é fundamental usar esses recursos. “Pensámos por isso em utilizar uma metodologia experimental inovadora, a electrólise da água salgada, que é feita aproveitando a energia solar”.
O processo consiste na extracção da água do mar para alimentar uma piscina de água salgada e no espaço da própria piscina é feita a electrólise da água no intuito de produzir cloro e hidrogénio. O cloro produzido é depois utilizado na desinfecção da piscina e numa pequena Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do próprio hotel. O hidrogénio pode ser armazenado e posteriormente utilizado para produção de energia. Já a energia necessária para efectuar a electrólise é produzida por painéis solares colocados no telhado do hotel e a água resultante da mini-ETAR pode ser utilizada para usufruto do hotel, na rega de jardins e para autoclismos. Este sistema inovador permite poupar o uso de águas subterrâneas ou superficiais, um bem escasso em todo o mundo.
A professora de química, Margarida Duarte, fala do projecto com orgulho, sublinhando que o hidrogénio vai ser o combustível do futuro. “Em vez de utilizarmos o hidrogénio dos hidrocarbonetos, que provocam o efeito de estufa no ambiente, estamos a utilizar a água do mar e a aproveitar um recurso que é abundante em Portugal, que é a água do mar, com efeitos inofensivos para a saúde e para o ambiente”, conclui com a expectativa de que o H2OTEL arrecade o primeiro prémio do concurso.
*Publicado in O Mirante
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