A transição para um sistema energético e de transporte de baixo carbono pode ter um custo relativamente modesto. Além disso, identificar as soluções economicamente mais benéficas no início do processo e tornar-se um líder global em tecnologia oferece enormes oportunidades para as exportações e o crescimento económico. Logo, a estratégia de descarbonização pode ter um impacto maior a longo prazo no crescimento europeu do que a crise económica actual. As conclusões são de um estudo patrocinado pela Fuel Cell and Hydrogen Joint Undertaking (The great transformation: decarbonising Europe’s energy and transport systems) e apresentado na semana passada no Parlamento Europeu.
Os autores argumentam que para tornar o crescimento descarbonização amigável é necessário uma abordagem política consistente. A intervenção política parece indispensável num sistema energético em que os transportes estão ainda estruturados numa tecnologia “fechada”. Superar este bloqueio é crucial, apontam os responsáveis.
Neste sentido, o relatório faz três propostas principais. Primeiro, o âmbito de cobertura geográfica, e duração de preços do carbono deve ser prorrogada. Ao definir um preço mais elevado de carbono são criados os incentivos para desenvolver e investir em novas tecnologias de baixo carbono. Em segundo lugar, podem ser constituídos consórcios temporários para as novas infra-estruturas, que resolvem falhas numa fase precoce e ponham o mercado a funcionar. É aqui que se enquadra o exemplo do hidrogénio. Cada consórcio teria o direito exclusivo de vender concessões locais para novos postos de combustível, de modo a garantir a concorrência entre os diferentes combustíveis de baixo carbono e entidades privadas. Por último e mais importante, é necessário um modelo de transição aberto e público para que as segundas melhores soluções de transporte não tenham benefícios que possam depois desaparecer.
O desafio tecnológico, económico e político é muito grande, mas escolher a estratégia descarbonização oferece enormes benefícios económicos, ambientais e sociais, segundo ainda o documento.
Sem comentários:
Enviar um comentário