O director-geral do Centro de Inovação da Islândia acredita em que, em 2020, será possível transformar uma grande parte da sociedade e dos seus hábitos para este vector energético.
Como é que a Islândia pretende tornar-se na sociedade do hidrogénio?
Na Islândia, 80 por cento da energia consumida vem de fontes renováveis, uma percentagem maior do que a que se verifica em qualquer outro país do mundo. O país que se aproxima deste valor é a Nova Zelândia, com cerca de 65 por cento. Consumimos principalmente energia geotérmica e hidroeléctrica, para alimentar carros, barcos de pesca, e o sector industrial. Mas o que ainda nos falta resolver é o problema das emissões de CO2, que é actualmente muito grave. Cada habitante emite cerca de oito toneladas de CO2 por ano, por isso achamos que temos de fazer algo para reduzir as emissões.
O que pode ser feito?
Temos muitas opções, mas pensamos que o hidrogénio, feito a partir da água, separando a água através do uso de electricidade “verde”, é uma solução que deve ser estudada. Neste momento, temos 15 automóveis movidos a hidrogénio, algumas estações de abastecimento, e temos também já um barco de caça à baleia que usa este tipo de energia. Estamos a dar o nosso melhor para testar esta energia que é bastante barata, porque podemos produzi-la com electricidade igualmente barata, obtida a partir de fontes renováveis.
Quando será possível generalizar o uso do hidrogénio como combustível?
Pensamos que por volta de 2050 seremos capazes de transformar uma grande parte da sociedade e dos seus hábitos. Temos de ser pacientes. Conseguiremos ter a maioria dos carros com esta tecnologia e também alguns barcos, embora ainda tenhamos dificuldades com grandes navios, porque precisam de uma quantidade enorme de hidrogénio para se deslocarem, e esse é um grande desafio.
O hidrogénio pode ser mesmo a melhor solução para ultrapassar a actual crise energética?
Para a Islândia esta é provavelmente a melhor solução para a crise energética, porque temos já um grande desenvolvimento nas energias renováveis. No entanto, para países cujo consumo energético é baseado no carvão, vai ser mais difícil. Por isso, penso que as ilhas, especialmente as que têm uma grande disponibilidade de energias renováveis, têm o hidrogénio como uma opção mais fácil, ainda que não seja mais barata do que nos outros países. Porém, no futuro a solução passa por um porta-fólio de um mix de soluções. Todos os carros movidos a hidrogénio são, de uma certa forma, eléctricos, na medida em que usam módulos eléctricos. Se o hidrogénio combinar com a bateria eléctrica, a autonomia do veículo é muito superior, passando de 100 para 500km. Esta é provavelmente a solução ideal. Temos agora um projecto com companhias automóveis internacionais, que fabricam esses carros particularmente para nós.
* Entrevista publicada na edição de Dezembro do jornal Água&Ambiente
Como é que a Islândia pretende tornar-se na sociedade do hidrogénio?
Na Islândia, 80 por cento da energia consumida vem de fontes renováveis, uma percentagem maior do que a que se verifica em qualquer outro país do mundo. O país que se aproxima deste valor é a Nova Zelândia, com cerca de 65 por cento. Consumimos principalmente energia geotérmica e hidroeléctrica, para alimentar carros, barcos de pesca, e o sector industrial. Mas o que ainda nos falta resolver é o problema das emissões de CO2, que é actualmente muito grave. Cada habitante emite cerca de oito toneladas de CO2 por ano, por isso achamos que temos de fazer algo para reduzir as emissões.
O que pode ser feito?
Temos muitas opções, mas pensamos que o hidrogénio, feito a partir da água, separando a água através do uso de electricidade “verde”, é uma solução que deve ser estudada. Neste momento, temos 15 automóveis movidos a hidrogénio, algumas estações de abastecimento, e temos também já um barco de caça à baleia que usa este tipo de energia. Estamos a dar o nosso melhor para testar esta energia que é bastante barata, porque podemos produzi-la com electricidade igualmente barata, obtida a partir de fontes renováveis.
Quando será possível generalizar o uso do hidrogénio como combustível?
Pensamos que por volta de 2050 seremos capazes de transformar uma grande parte da sociedade e dos seus hábitos. Temos de ser pacientes. Conseguiremos ter a maioria dos carros com esta tecnologia e também alguns barcos, embora ainda tenhamos dificuldades com grandes navios, porque precisam de uma quantidade enorme de hidrogénio para se deslocarem, e esse é um grande desafio.
O hidrogénio pode ser mesmo a melhor solução para ultrapassar a actual crise energética?
Para a Islândia esta é provavelmente a melhor solução para a crise energética, porque temos já um grande desenvolvimento nas energias renováveis. No entanto, para países cujo consumo energético é baseado no carvão, vai ser mais difícil. Por isso, penso que as ilhas, especialmente as que têm uma grande disponibilidade de energias renováveis, têm o hidrogénio como uma opção mais fácil, ainda que não seja mais barata do que nos outros países. Porém, no futuro a solução passa por um porta-fólio de um mix de soluções. Todos os carros movidos a hidrogénio são, de uma certa forma, eléctricos, na medida em que usam módulos eléctricos. Se o hidrogénio combinar com a bateria eléctrica, a autonomia do veículo é muito superior, passando de 100 para 500km. Esta é provavelmente a solução ideal. Temos agora um projecto com companhias automóveis internacionais, que fabricam esses carros particularmente para nós.
* Entrevista publicada na edição de Dezembro do jornal Água&Ambiente
Sem comentários:
Enviar um comentário