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segunda-feira, 16 de junho de 2008

Construir novas soluções energéticas com urgência (Um ano após a conferência do Prof. Jeremy Rifkin)

A AP2H2- Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio, face à emergência de uma crise energética sem precedentes que põe em causa os modelos económicos dominantes, alerta para a urgência de se estudar e implementar um novo quadro de referência energético, que elimine a actual dependência dos hidrocarbonetos.
É política e socialmente relevante que o processo de mudança inevitável, ocorra sem rupturas, de forma planeada, e antecipando os riscos de conflitualidade social que podem ocorrer em situações de crise e de reajustamentos estruturais profundos, como será certamente neste caso. As actuais tensões sociais são já indícios a ponderar; podem agravar-se, se não houver capacidade para antecipar as respostas.

Promovido pelo Ministério da Economia e da Inovação, realizou-se, faz agora um ano, a conferência do Prof. Jeremy Rifkin. Face à inevitabilidade do esgotamento do modelo actual, o Prof. Rifkin fez a apologia do Hidrogénio como um vector energético estruturante, que viabiliza um novo modelo baseado no aproveitamento optimizado de todos os recursos renováveis.

É uma visão partilhada pela AP2H2, que a subscreve inteiramente.

Este modelo que se alimenta das energias renováveis como fonte primária, e utiliza o Hidrogénio como vector regulador da sua intermitência, e como combustível para a mobilidade, é viável, cumpre as exigências da sustentabilidade e permite satisfazer as necessidades energéticas mundiais, num quadro de autonomia e de independência energética.

A presente crise energética era previsível. A única surpresa decorre da antecipação com que está a ocorrer, e dos sinais de aceleração, para os quais não nos temos preparado.

Face à ameaça, há que ter respostas eficientes (pelo menos eficazes), nos diferentes âmbitos: nacional, da UE e do mercado global. Isto quer dizer que será necessário criar as condições e apoiar as iniciativas que permitam ultrapassar as barreiras que se põem à economia do hidrogénio, viabilizando o novo paradigma energético, e pilotando o processo de adaptação de forma a minimizar os custos sociais que necessariamente vão emergir.

Está na hora de o Hidrogénio entrar nas agendas políticas nacionais e da UE, com a prioridade que a gravidade da situação justifica.

Salientamos, no contexto nacional, que nos últimos anos se têm vindo a realizar múltiplas iniciativas e projectos, da responsabilidade de vários agentes do SCTN (Sistema Científico e Tecnológico Nacional) e do tecido económico. Destes investimentos resultaram uma capacidade que envolve meios humanos especializados já com massa crítica. Isto é, uma competência tecnológica disponível que pode permitir ao País enfrentar este desafio com ambição, participando no estudo das soluções, em articulação com as iniciativas comunitárias em preparação.

É ciente da gravidade do desafio, mas também confiante nos meios e competências de que o País já dispõe, que a AP2H2 manifestou junto do Ministério da Economia e Inovação a sua disponibilidade para colaborar na elaboração de um Plano de Acção para a Economia do Hidrogénio, que urge preparar e implementar.

A nossa expectativa é que o investimento nacional, devidamente programado, na economia do Hidrogénio, será gerador de múltiplos benefícios, pois sendo uma tecnologia que nos é acessível pode constituir um novo pólo de especialização da economia Portuguesa no mercado global, com alto valor acrescentado e criador de emprego qualificado, cumulativamente a satisfazer a procura energética, num quadro de autonomia, facto que importa valorizar devidamente em todo o seu significado e impacte.
A Direcção da AP2H2

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Primeira estação de serviço europeia de hidrogénio abre na Bélgica

Esta semana foi inaugurada em Ruisbroek, na Bélgica, a primeira bomba de abastecimento de hidrogénio da Europa. É o princípio do fim da hegemonia dos combustíveis derivados do petróleo nas estações de serviço.

O projecto piloto é da marca Total e da BMW e conta apenas com uma bomba de abastecimento, o que não constitui um problema dado que apenas o BMW 7 H2 pode abastecer naquela estação de serviço. Aliás, existem apenas quatro carros destes na Bélgica e pertencem todos à Comissão Europeia.

A estação de serviço tem capacidade para 17 mil litros de hidrogénio, armazenado a 253 graus centígrados negativos.

A instalação deste tipo de infra-estruturas depara-se com alguns problemas derivados do facto do hidrogénio ocupar demasiado espaço e de um depósito cheio permitir percorrer apenas 200 quilómetros.

Bruxelas cria grupo de trabalho para células de combustível e hidrogénio

A Comissão Europeia adoptou, a semana passada, a regulamentação que aprova o Fuel Cells and Hydrogen Joint Undertaking. Este grupo de trabalho, que resulta de uma iniciativa público-privada, tem como objectivo estabelecer as metas de investigação e de desenvolvimento que deverão suportar a introdução da tecnologia das células de combustível no mercado. Os fundadores são a União Europeia e associações sem fins lucrativos de interesses industriais, a maior parte das quais é constituída por empresas de células de combustível e hidrogénio, com as mais variadas dimensões (desde micro empresas a multinacionais).

Os trabalhos serão financiados com 470 milhões de euros do 7.º Programa Quadro de apoio, durante os próximos seis anos, que deverão ser complementados com contributos das indústrias. As primeiras propostas de metas deverão ser conhecidas depois do Verão, estando prevista a sua apresentação oficial na primeira assembleia geral de stakeholders do grupo de trabalho, agendado para 14 e 15 de Outubro em Bruxelas.

Janez Potočnik, Comissário Europeu da Ciência e Investigação, salientou que «esta iniciativa deverá colocar brevemente a União Europeia na pole position da corrida ao desenvolvimento destas novas tecnologias». Por outro lado, a medida deverá fazer parte da Plano Europeu de Tecnologias de Plano Estratégico Europeu para as Tecnologias Energéticas, que representa uma peça fundamental para acelerar o desenvolvimento e a implantação de tecnologias de baixo carbono.

O principal objectivo do grupo de trabalho agora constituído é acelerar o desenvolvimento da tecnologia das células de combustível e do hidrogénio na Europa, de modo a que possam ser comercializadas entre 2010 e 2020. A parceria permitirá implantar um programa integrado e eficiente de investigação aplicada e de actividades de desenvolvimento tecnológico, além de acções de demonstração focadas nas aplicações mais prometedoras.

Com esta, há muito esperada, luz verde dada por parte de Bruxelas, o hidrogénio parece estar a voltar para a agenda política europeia. Resta agora saber quando isso sucederá no que respeita às políticas nacionais de cada um dos estados-membros.