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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Horizon desenvolve primeira estação de abastecimento de hidrogénio pessoal


Uma estação de abastecimento de hidrogénio em cada casa. Pode ser uma visão futurista, mas esta visão não está longe de se concretizar: a Horizon Fuel Cell Technologies anunciou esta semana aquela que poderá ser uma tecnologia revolucionária. Trata-se de uma pequena estação de abastecimento e armazenamento de hidrogénio que poderá iniciar a transição para uma economia do Hidrogénio.

Para possibilitar a produção de mais equipamentos que utilizem células de combustível, a unidade permite a produção do hidrogénio in loco, evitando a dependência de outras infra-estruturas de abastecimento.

Copm a designação de HYDROFILLTM, a primeira estação de abastecimento de hidrogénio pessoal deverá ser apresentada no Consumer Electronics Show, em Las Vegas. O dispositivo pode estar ligado a cianeto de hidrogénio, um painel solar ou uma pequena turbina eólica, que automaticamente extrai o hidrogénio existente num recipiente de água para um pequeno cartucho. Este cartucho contém ligas metálicas que absorvem o hidrogénio em estruturas cristalinas, libertando o hidrogénio a baixa pressão, o que evita os problemas inerentes ao armazenamento a alta pressão.

Este método de armazenamento também cria a maior densidade energética volumétrica de hidrogénio, quando comparado com outras formas de armazenamento – mesmo sob a forma de hidrogénio líquido. Estes cartuchos dispõe de mais capacidade de energia do que as convencionais baterias, são mais baratas e não produzem qualquer efeito negativo para o ambiente em matéria de metais pesados.

A Horizon acredita que o HYDROFILLTM é o primeiro passo para a constituição de estações de abastecimento privadas para a nova geração de veículos eléctricos com células de combustível. A tecnologia de células de combustível pode melhorar o desempenho e performance de baterias e outros sistemas do género, abrindo a possibilidade para uma baixa de custos dos carros eléctricos, um aumento do nível de autonomia do veiculos, bem como a sua recarga quase instantânea.

Para já, a Honrizon decidiu experimentar a tecnologia em pequenos aparelhos portáteis como telemóveis, produtos de iluminação e vários sistemas USB, utilizando uma micro célula de combustível designada de Minipak. Ao mesmo tempo, a empresa está a aplicar a tecnologia a sistemas de maior porte, que poderão abastecer desde equipamentos de jardinagem aos transportes.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

PSA Peugeot Citroën apresenta protótipo movido a pilhas de combustível


A PSA Peugeot Citroën apresentou um protótipo equipado com tecnologia híbrida recarregável com pilhas de combustível a hidrogénio. A demonstração do carro em Lyon, França, teve lugar durante a exposição «Toute la lumière sur L’hydrogène Energie».

O veículo 100 por cento eléctrico foi desenvolvido tendo como base o Peugeot 307 CC (Coupé Cabriolet) e incorpora os últimos progressos tecnológicos de baterias e armazenamento de hidrogénio. O modelo atinge a velocidade máxima de 155 km/h e acelera de 0 a 80 km/h em 11,2 segundos.

De acordo com o fabricante, graças à arquitectura “Range Extender” - que utiliza o hidrogénio para prolongar a autonomia proporcionada pelas baterias – o modelo eléctrico tem autonomia de 500 km, próximo daquele alcançado por um veículo com motor a explosão convencional. Só com a bateria, o carro tem autonomia para um raio de 75 km.

O projecto FiSyPAC (Fiabilização do Sistema com Pilhas de Combustível), iniciado em 2006, focou essencialmente a concepção de componentes de alto desempenho e rendimento. O projecto contou com a participação de laboratórios de pesquisa franceses, como a Comissão Francesa de Energia Atómica (CEA) para a Pilha de Combustível, e com parceiros industriais, como a JCS para as baterias lítio-íon.

Assim, com menos de 1 kg de hidrogênio por 100 km, o protótipo Peugeot 307 CC FiSyPAC posiciona-se ao melhor nível mundial. O Grupo PSA também conseguiu quadruplicar a duração de vida da pilha de combustível e aumentar o seu rendimento em cerca de 20 por cento com relação a 2006.

Apesar da evolução, esses progressos ainda precisam de ser aperfeiçoados, já que o custo da pilha e das baterias lítio-íon são elevdos, a duração de vida da pilha é curta e ainda é preciso a criação de uma infra-estrutura de distribuição de hidrogénio ao público.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Japão domina patentes de veículos eléctricos, híbridos e com células de combustível

Cerca de 70 por cento das patentes de veículos eléctricos, veíulos híbridos eléctricos e veículos com células de combustível são oriundos de terras japonesas, segundo um levantamento levado a cabo pelo governo japonês.

O documento revela que cerca de 16 670 patentes relativas a veículos com propulsão eléctrica foram registadas em todo o mundo entre 2001 e 2006. O número duplicou relativamente às 9034 patentes verificadas entre 1995 e 2000. Os japoneses foram os que mais contribuiram para estes números, ficando demonstrado que entre 1995 e 2000, cerca de 6879 patentes (76 por cento) foram registadas no Japão, enquanto esse valor foi de 11 533 (69 por cento) para o período entre 2001 e 2006.

Das patentes registadas em 2006, mais de 1400 foram de veículos híbridos eléctricos, o que está longe das 530 patentes de veículos eléctricos e das 270 relativas a veículos com células de combustível. Sendo que as previsões apontam para um crescimento de patentes nestas três áreas.

Também são os fabricantes japoneses que dominam a lista dos fabricantes automóveis com mais patentes registadas nestes domínios. No ranking por regiões,entre 1995 e 2006, destaca-se a Toyota Motor Corp no Japão, Estados Unidos, Europa e China. Na Coreia, a companhia pautou-se no segundo lugar devido ao domínio do líder local Hyundai Motor Co.


domingo, 13 de dezembro de 2009

Air Liquide expõe as suas tecnologias na Conferência de Copenhaga


A Air Liquide marca presença na Conferência de Copenhaga na Bright Green exhibition, num spaço dedicado à energia, iniciativa que começou ontem e termina hoje, onde cerca de 170 empresas de todo o mundo estão a revelar as suas soluções para combater as alterações climáticas. Além dos representantes industriais o evento conta com a participação de líderes políticos, nomeadamente dinarmarqueses, investigadores e pioneiros.


A Air Liquide participa na luta contra as alterações climatéricas desenvolvendo tecnologias que contribuem para a redução de emissões de gases com efeito de estufa, tais como a captura e armazenamento de CO2, e fornece hidrogénio para produzir combustíveis limpos. O Grupo também desenvolve formas alternativas de energias limpas, tais como a fotovoltaica segunda geração de biocombustíveis, bem como células de combustível e hidrogénio. A energia e o ambiente são, aliás, parte integrante das cinco vertentes de crescimento da Air Liquide e representam mais de 60 por cento do investimento aplicado em I&D de soluções para preservar o ambiente e a vida.


A conferência de Copenhaga pretende chegar a um acordo global sobre a energia e o clima, que substituirá o Protocolo de Quioto a partir de 2013. A meta é conseguir manter o aumento médio da temperatura abaixo dos 2°C. A tentaiva de compromisso de redução da emissão de gases com efeito de estufa está a reunir um conjunto de stakeholders, economias emergentes e industrializadas entre 7 e 18 de Dezembro. No entanto, a conferência também irá abordar a problemática do impacto das alterações climatéricas, a transferência de tecnologia e a implementação de mecanismos para financiar esta iniciativas.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Barco a hidrogénio proporciona cruzeiros ecológicos nos canais de Amesterdão


O Nemo H2 é o primeiro barco construído em exclusivo para trabalhar com células de combustível a hidrogénio, destinado a cruzeiros nos diversos canais de Amesterdão. O barco tem capacidade para receber 87 pessoas e não tem qualquer emissão de gases poluentes, apenas vapor de água.

Os visitantes da capital holandesa poderão, a partir da próxima Primavera, desfrutar destes passeios ecológicos por apenas mais 50 cêntimos, montante que será canalizado para a investigação em tecnologias limpas, segundo o responsável da empresa organizadora destes passeios.

A construção do barco custou cerca de o dobro de uma tradicional embarcação a diesel que percorre os centenários de Amesterdão, precisando de ser abastecido uma vez por dia enquanto os outros barcos só precisam de o fazer uma vez por semana.

Ainda assim, os responsáveis pelo projecto orçado em cerca de 3 milhões de euros, parcialmente co-financiado pelo Estado, acreditam que os custos baixem quando se iniciar a construção de mais barcos e existirem mais infra-estruturas de abastecimento de hidrogénio.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Veículos a hidrogénio abriram cimeira sobre alterações climáticas em Copenhaga


O projecto HyRaMP – parceria de 30 municípios e regiões europeias para a promoção do hidrogénio, em colaboração com a fornecedora de hidrogénio dinamarquesa H2Logic, a Associação Europeia do Hidrogénio (EHA, da sigla em inglês), e o grupo de industriais da Empresa Comum para o Hidrogénio e as Células de Combustível (JU FCH, da sigla em inglês) organizaram a travessia da ponte entre Malmoe e Copenhaga em veículos movidos a hidrogénio. A iniciativa teve lugar a 30 de Novembro, numa antecipação e preparação para a COP 15, que começa hoje na capital dinamarquesa.


A travessia pretendia marcar a chegada da «era comercial» do veículos movidos a hidrogénio e demonstrar o seu potencial em matéria de redução de emissões no sector dos transportes, a par dos veículos eléctricos e dos veículos que utilizam a segunda geração de biocombustíveis. Os veículos estarão disponíveis para testes de condução durante a COP 15, que termina a 18 deste mês.


A Cimeira de Copenhaga deverá estabelecer o sucessor do Protocolo de Quioto no que concerne à redução global das emissões de gases com efeito de estufa.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Aereoporto de Osaka testa bicicletas a hidrogénio


Uma bicicleta movida a hidrogénio está a ser testada pelo staff do aeroporto de Osaka, no Japão, para deslocações no recinto em substituição dos automóveis, numa tentativa de reduzir as emissões de dióxido de carbono.


A bicicleta utiliza uma célula de combustível que carrega a bateria, em tudo semelhante a uma bicicleta eléctrica, com a vantagem de que os utilizadores não têm de esperar pelo carregamento da bateria uma vez que a operação decorre muito rapidamente. Com a célula de combustível o carregamento da bateria não demora mais do que encher um tanque de combustível de um automóvel.


Um cartucho de hidrogécerca de 80 litros é o suficiente para a bicicleta ter uma autonomia de cerca de três horas. O carregamento é feito no próprio aeroporto, que dispõe de uma estação de abastecimento.


O principal benefício na utilização de hidrogénio como fonte de energia para as bicicletas está no facto de estas serem 100 por cento amigas do ambiente. A célula de combustível tem como única emissão o vapor de água, sem qualquer outro tipo de gás poluente.

Comissão Europeia reforça investigação na energia e no ambiente com Japão


A Comissão Europeia estabeleceu um acordo de colaboração para a área da Ciência e Tecnologia com o Japão. O acordo tem como base a identificação de objectivos e áreas de interesse comum, nomeadamente na energia e no ambiente, sectores em que a investigação conjunta poderá ter resultados promissores. Por outro lado, poderá ser uma importante ferramenta no estabelecimento de mecanismos para a promoção da ciência e tecnologia, sobretudo através da participação recíproca em projectos de investigação, troca de investigadores e articulação de propostas de projectos.

Janez Potočnik, comissário europeu da Ciência e Investigação referiu que «este acordo abre um novo capítulo na história da cooperação na área da ciência e investigação entre dois dos principais responsáveis pela produção de conhecimento nestes domínios, numa nova era de cooperação global na investigação. Enfrentamos desafios semelhantes, por isso, devemos enfrentá-los juntos, pelo nosso planeta, pelas nossas populações e pelo nosso futuro. Este momento também representa mais um passo na abertura da investigação europeia ao mundo».

A comissão europeia já participa em projectos conjuntos com o Japão, mas o actual acordo vem reforçar essa colaboração.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Protótipo transforma CO2 em hidrogénio


Um grupo de pesquisadores dos laboratórios Sandia criaram um protótipo que reenergiza quimicamente o dióxido de carbono (CO2) transformando-o em monóxido de carbono (CO) e hidrogénio, que ainda pode ser a chave para sintetizar combustível líquido. O protótipo foi testado pela primeira vez recentemente e, embora a eficiência ainda seja muito baixa, a tecnologia é promissora.


A máquina, criada pelo pesquisador Rich Diver, usa energia solar para converter o desperdício de dióxido de carbono das centrais termoeléctricas em combustíveis de transporte, para ser usado em substituição da gasolina e do diesel. O sistema é uma alternativa para a captura de carbono, que, em vez de ser armazenado permanentemente no solo, poderia ser reciclado e voltar a ser utilizado.


Designada de Counter-Rotating-Ring Receiver Reactor Recuperator (Recuperador por Reacção com Anel Rotatório), ou ainda CR5, a máquina cilíndrica é composta por duas câmaras nas laterais e 14 anéis rotatórios no centro. O exterior dos anéis é feito de óxido de ferro. Quando os cientistas aquecem o interior da câmara a 1.500º C, o óxido de ferro é submetido a uma reacção termoquímica, libertando moléculas de oxigénio.


Ao girar lentamente os anéis (uma rotação por minuto), o lado quente aproxima-se da câmara oposta e começa a arrefecer. Quando o dióxido de carbono é mandado para esta câmara, o óxido de ferro retira moléculas de oxigénio do gás, transformando-as em monóxido de carbono, que pode então ser utilizado como componente básico para criar combustível líquido.


A princípio, Diver desenhou a máquina para gerar hidrogénio sem a utilização de electrólise, o processo tradicional para a obtenção deste gás combustível. Ao substituir a água por dióxido de carbono na segunda câmara, os pesquisadores conseguiram a produção de hidrogénio. Em seguida, ao misturar esse hidrogénio ao monóxido de carbono, foi possível produzir syngas, ou gás sintético, uma mistura de gases que contém quantidades variáveis de monóxido de carbono e hidrogénio. Embora não se possa sintetizar directamente os combustíveis hidrocarbonetos comuns, como nafta (popularmente conhecida como gasolina), diesel ou combustível utilizado na aviação a partir do syngas, é possível usá-lo em substituição destes.


Pode demorar até 20 anos para que a tecnologia seja lançada no mercado, sendo o maior desafio o aumento da eficiência do sistema. O objectivo dos pesquisadores é elevar, mesmo que apenas um pouco, a eficiência do sistema, uma vez que a fotossíntese realizada pelas plantas tem uma eficiência de apenas um por cento e produz grandes quantidades de energia. Uma maneira de atingi-la é desenvolver novos compostos cerâmicos que libertem moléculas de oxigénio a temperaturas muito mais baixas do que o óxido de ferro.


Esta não é a primeira tentativa de transformar dióxido de carbono em combustível. Em 2007, pesquisadores da Universidade da Califórnia criaram um dispositivo que também utilizava energia solar para a conversão.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Lisboa e Porto integram rede de investigação em sistemas de energia e mobilidade eléctrica

Foi ontem apresentada a Rede de Investigação em Sistemas de Energia e Mobilidade Eléctrica, na Câmara Municipal de Lisboa. As cidades de Lisboa e Porto vão integrar o grupo de sete cidades a nível mundial sobre as quais investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e de Portugal vão estudar metodologias inovadoras para quantificar e estimular o nível de sustentabilidade relativa dos centros urbanos.

A apresentação foi feita no âmbito das iniciativas organizadas por ocasião da visita que a presidente do MIT, Susan Hockfield, realiza a Portugal esta semana.

A rede de investigação visa fomentar a discussão sobre formas de apoio à decisão dos responsáveis políticos em matéria de concepção, teste e implementação de novas políticas ambientais, a par da difusão de novos conhecimentos junto dos cidadãos para captar o seu empenhamento e melhor compreensão relativamente às questões de sustentabilidade.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Autocarros a hidrogénio perto da fase de comercialização


Os resultados finais do projecto HyFLEET:CUTE 2006-2009 foram apresentados publicamente
na conferência “Hydrogen Transports!”, que decorreu entre 17 e 18 de Novembro, em Hamburgo. O projecto esteve a decorrer nos últimos quatro anos em dez cidades de três continentes, onde estiveram a circular cerca de 20 autocarros movidos a hidrogénio.

De acordo com a indústria dos transportes e os produtores de hidrogénio, esta tecnologia deverá estar disponível entre 2015 e 2020. «A maior parte do trabalho de casa está feito. Estamos muito perto de chegar à fase de comercialização. Os custos ainda têm de baixar e temos de ganhar mais um pouco de experiência, mas já não estamos numa fase experimental. Há um período de 20 a 30 anos desta tecnologia e agora é uma questão de vontade», referiu Boris Jermer, da HyCologne.

«O que precisamos é de autocarros que sejam suficientemente baratos. O problema é que os custos estão associados ao volume de produção e se se produzir apenas um autocarro, que envolve 20 engenheiros o custo é astronómico. Mas assim que se começar, por exemplo, com a produção anual de 100 autocarros, o preço baixa logo para níveis aceitáveis», acrescentou ainda o responsável.

sábado, 21 de novembro de 2009

Carlos Zorrinho afirma pólos de competitividade como prioridade*

Uma das prioridades do Ministério da Economia passa por «desenvolver algo que foi muito trabalhado no governo anterior: a criação dos pólos de competitividade». A garantia foi dada na quarta-feira, 18, por Carlos Zorrinho, secretário de Estado da Energia e Inovação, que presidiu à sessão de encerramento do Fórum da Energia, no Taguspark, em Oeiras.

Os pólos foram dinamizados pela sociedade civil, foram reconhecidos, mas, agora, «é muito importante desenvolver redes de actores fortes, que consolidem e dêem sustentação a cada pólo de competitividade. Não tenho dúvidas de que esta área terá de funcionar muito nesta lógica de eficiência colectiva», frisou o governante na iniciativa organizada pelo jornal Água&Ambiente, e a qual integra a Expo Energia 2009.

Além desta prioridade, há outras estabelecidas: «Queremos continuar a ser uma referência global nas energias renováveis e ser pioneiros nas práticas de eficiência. Parece pouco, mas é imenso. Poucos países se podem rever numa agenda tão optimista, mas esta ambição é possível, porque conta com o apoio de todos os actores do sector em Portugal.» Referindo-se ao título da Expo Energia 2009 - “Decidir o futuro da energia em Portugal” -, Carlos Zorrinho referiu que isto é «algo que temos de decidir todos os dias, com o esforço de todos», e garantiu que «o Governo fará a sua parte».

Nos últimos quatro anos e meio, enquanto coordenador do Plano Trecnológico, Carlos Zorrinho teve a oportunidade de contactar com o sector e de se aperceber da sua dinâmica. «Os bons resultados obtidos engradecem o País. É preciso melhorar ainda mais esses resultados, porque são esses que nos permitem que sejamos ainda mais ambiciosos», frisou. Fazendo referência ao programa do Governo, o responsável destacou que a área da energia é talvez aquela em que os «compromissos estão mais assumidos e, como tal, mensuráveis».

Mas para atingir as metas é preciso ir mais além. «É por isso que é importante haver uma visão partilhada. Temos de ter para este sector um modelo funcional de economia inteligente», salientou, frisando que a área da energia terá de estar fortemente ancoradoaa uma capacidade de inovação e de desenvolvimento. É que, como explicou, «nenhum sector se consolida se não consolidar a sua propriedade intelectual e industrial».

* Tânia Nascimento, in AmbienteOnline

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Veículos a hidrogénio desfilam na Cimeira de Copenhaga


A Cimeira das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP 15), que terá lugar este ano em Copenhaga, na Dinamarca, entre 7 e 18 de Dezembro, conta com veículos movidos a hidrogénio. A partir de 30 de Novembro, os líderes mundiais de fabrico automóvel vão expor uma série de veículos que utilizam células de combustível a hidrogénio dos líderes, bem como estações de abastecimento nas cidades de Copenhaga e Malmo.

Durante o evento está previsto a realização de um percurso entre as duas cidades: começando em Malmo, passando por uma ponte que disponibiliza uma estação de abastecimento e terminando na capital dinamarquesa, frente ao parlamento nacional.

Neste local previsto, então, uma apresentação por parte dos principais fabricantes mundiais sobre os mais recentes avanços realizados pela indústria no campo das células de combustível e do hidrogénio e os respectivos projectos para os próximos anos. Para já, estão confirmadas as participações da Honda, Fiat e Daimler. Os veículos estarão disponíveis para testes de condução durante a COP 15.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Fundação de Aragão desenvolve carro telecomandado com pilhas de combustível da SRE


A Fundación para el Desarrollo de las Nuevas Tecnologías del Hidrógeno en Aragón desenvolveu um carro telecomandado que utiliza pilhas de combustível fornecidas pela portuguesa SRE – Soluções Racionais de Energia. Este projecto foi possível no âmbito de um protocolo de cooperação estabelecido entre as duas entidades.



Criada em 2004 pelo Governo de Aragão, a Fundación é uma entidade privada sem fins lucrativos, cujo propósito passa por promover o hidrogénio como um vector energético. A entidade conta hoje com 62 parceiros e apoiantes, destacando-se como das entidades espanholas mais activas em matéria de promoção das actividades de produção, armazenamento e transporte de hidrogénio através da investigação, desenvolvimento tecnológico e aplicação industrial.



A SRE é a única empresa portuguesa fornecedora de pilhas de combustível a hidrogénio, estando a participar em vários projectos nacionais e internacionais.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Suzuki lança scooter movida a hidrogénio


A Suzuki apresentou na Tokyo Motor Show um protótipo de uma moto scooter eléctrica movida a hidrogénio. A invenção utiliza a plataforma de um Suzuki Burgman normal e uma célula de combustível do tipo PEFC (polymer electrolyte fuel cell), desenvolvida pela britânica Intelligent Energy Co., uma das líderes mundiais em energia limpa.






A célula de combustível é alimentada por um tanque de hidrogénio de 10 litros e é refrigerada a ar. A moto possui ainda uma bateria auxiliar de 500Wh de lítio, que ajuda na aceleração e acumula o excesso de electricidade pelo sistema regenerador de energia.






Com o tanque cheio, a nova moto pode andar aproximadamente 350 quilómetros, a uma velocidade de 30Km/h. A empresa diz que o desempenho da nova moto é semelhante ao de uma scooter normal de 125cc movida a gasolina, só que mais silenciosa e sem emissão de gases poluentes, uma vez que a queima de hidrogénio produz apenas água pura. A Suzuki não revelou se produzirá a moto em escala comercial, mas o assunto estará a ser estudado.






«A scooter Burgman emissão zero é o mais recente produto do bom relacionamento comercial entre a Suzuki e a Intelligent Energy», comentou Henri Winand, CEO da Intelligent Energy, no lançamento deste equipamento. «Naturalmente, esta moto movida a células de combustível não é feita simplesmente para feiras de veículos e poderá estar disponível para todos num futuro próximo. Com um mercado de cerca de 40 milhões de unidades por ano, há muito para ir atrás», afiançou.

domingo, 8 de novembro de 2009

ISQ e o IST participam em projecto europeu para impulsionar a Economia do Hidrogénio

O Instituto de Soldadura e Qualidade e o Instituto Superior Técnico participam no Projecto HYRREG – Plataforma Geradora de Projectos de Cooperação para o impulso da Economia do Hidrogénio no Sudoeste Europeu (SUDOE), que está a ser coordenado pela Fundación para el Desarrollo de las nuevas Tecnologias del Hidrógeno en Aragón.

O projecto pretende desenvolver um roteiro para implantar a Economia do Hidrogénio na zona SUDOE e criar uma plataforma geradora de projectos de cooperação entre empresas, universidades e centros tecnológicos, com o objectivo de promover o desenvolvimento industrial na área do Hidrogénio e das Pilhas de Combustível. O espaço Sudoeste europeu (SUDOE) é constituído por 30 regiões e cidades autónomas (18 regiões em Espanha, 6 em França e 5 em Portugal), estende-se por uma superfície de 770.120 km2 e a sua população atinge os 61,3 milhões de habitantes. Estes valores correspondem a 18,2 por cento da superfície e a 12,4 por cento da população total da União Europeia (27 países), respectivamente.

A iniciativa terá uma duração de dois anos e meio e conta com o apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) em 75 por cento do orçamento total, que ascende a 1,3 milhões de euros. O consórcio é formado por parceiros de Espanha (La Fundación para el Desarrollo de las nuevas Tecnologias del Hidrógeno en Aragón, Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial INTA, Fundación Instituto Andaluz de Tecnología, Junta de Castilla la Mancha e Universidade Rey Juan Carlos), de Portugal (IST e ISQ) e de França (Escoles dês Mines d’Albi Carmaux e Association PHyRENEES).


O HYRREG é apoiado pelo Programa de Cooperação Territorial Espaço Sudoeste Europeu 2007-2013, que apoia o desenvolvimento regional através do financiamento de projectos transnacionais por meio do FEDER. O Programa de Cooperação Territorial Interreg IV B Sudoe, sucessor do Interreg III B Sudoe, procura contribuir para que o Sudoeste Europeu alcance as estratégias da União Europeia em matéria de crescimento, emprego, e desenvolvimento sustentável através da cooperação entre regiões espanholas, francesas, portuguesas e britânicas (Gibraltar).


A principal abordagem assenta na produção de hidrogénio a partir de recursos autóctones, de forma económica e ambientalmente aceitável, e na possibilidade de as tecnologias de utilização final do hidrogénio alcançarem uma quota significativa de mercado. Sob a égide desta iniciativa, serão organizadas diferentes actividades, entre as quais se destaca a realização de oficinas de trabalho (workshops) com as entidades regionais e nacionais relacionadas com o hidrogénio como futuro vector energético (industrias de gás, empresas de serviços energéticos, PME, centros de investigação e tecnológicos, outras áreas de engenharia, instituições publicas, entre outras).

Existem ainda outros objectivos de carácter horizontal como a formação de técnicos especializados nesta área; aumento do nível tecnológico das acções realizadas por empresas e centros de investigação; conseguir maior colaboração entre os organismos de transferência de tecnologia; implantar práticas de vigilância tecnológica; e sensibilização da sociedade para que conheça as vantagens da utilização destas tecnologias.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

África do Sul aposta nas células de combustível para produzir energia local


As células de combustível podem desempenhar um importante papel em melhorar o deficit energético de África, com a sua comercialização prevista para daqui a uma década. O anúncio foi feito na Angloplat, a maior produtora mundial de prata, onde foi apresentada uma unidade de produção de energia a partir de células de combustível na província de Limpopo, na África do Sul, que produz 200 kW de energia convertendo o metano proveniente de camadas de carvão (CBM) em hidrogénio.

Anthea Bath, responsável pelo desenvolvimento e investigação da Angloplat, explicou que o interesse da empresa no mercado das células de combustível está no seu potencial de utilização da prata, usado como catalisador nas células. A empresa espera provar a viabilidade da tecnologia num continente onde milhões e pessoas ainda não têm energia e os governos encontram-se a braços com a construção de redes energéticas e sistemas de abastecimento que implicam muitos investimentos.


«As células de combustível são uma oportunidade única para a África: são modulares por natureza, podem ser colocadas numa área remota, funcionam sem rede e podem ser usadas com base em diferentes fontes energéticas [metano, gás natural ou outros]», explicou a responsável lembrando que embora as células de combustível a hidrogénio fossem já utilizadas em edifícios, escolas, hospitais e outro tipo de instalações, ainda não tinham ganho o reconhecimento geral, sobretudo em África.


Por isso, muitos aspectos têm ainda de ser melhorados antes das células de combustível poderem ser amplamente utilizadas. A responsável acredita ainda que a tecnologia já existente é competitiva. A Angloplat já adquiriu uma segunda unidade de demonstração à UTC Power, tendo já investido perto de um milhão de euros no projecto pioneiro na África Sub-Sahariana.

Jogos Olímpicos de Inverno sustentáveis com veiculos a células de combustível


A organização dos Jogos Olímpicos e ParaOlímpicos de Inverno 2010, que este ano se realizam em Vancouver, Canadá, apresentou o veículo a células de combustível Chevrolet Equinox, que será utilizado durante a realização dos jogos.

Ao todo serão utilizados quatro veículos destes, que estão já em testes. A frota deverá servir para o transporte de pessoas, nomeadamente do Comité Organizativo do evento, imprensa, atletas, e representantes governamentais, entre outros, no sentido de partilhar a experiência de utilização deste veículos sem emissões e divulgar a investigação e desenvolvimento que a General Motors (GM) tem efectuado neste domínio.


«Com a emissão de apenas vapor de água, estes veículos são o ideal para garantir a sustentabilidade do evento, além de que complementam as outras tecnologias de veículos a combustíveis alternativos que estarão disponíveis durante os jogos», confidenciou Matt Crossley, director da GM no Canadá. «Estamos com grande expectativa em disponibilizar, em primeira-mão, a utilização destes veículos de tecnologia verde», rematou.

O Chevrolet Fuel Cell Equinox está a ser desenvolvido no Canadá e é já considerado um dos veículos a células de combustível com mais casos de demonstração. Lançado em Novembro de 2007 em três cidades norte-americanas, a frota de demonstração é composta por 115 automóveis. Mais de 5000 consumidores já experimentaram o veículo desde o seu lançamento, estando contabilizados mais de 1,7milhões de quilómetros percorridos sem emissões poluentes, ou seja, sem a utilização de mais de 189 mil litros de gasolina.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Torres Vedras integra rede europeia do HyRamP

Torres Vedras é o primeiro município português a integrar o HyRamP, organização comunitária, que agrega municípios e regiões da União Europeia que estão a desenvolver iniciativas na área da Economia do Hidrogénio. A candidatura do município foi enviada em Maio deste ano, tendo sido agora aceite pela entidade. A participação da autarquia neste rede enquadra-se no ambicioso programa de Torres Vedras em relação à Economia do Hidrogénio e que consta da candidatura do município ao projecto ECOS.

Entre outras iniciativas previstas neste âmbito está a criação de um Centro Técnico do Hidrogénio Renovável (primeira infra-estrutura nacional criada de raiz para apoiar o desenvolvimento da Economia do Hidrogénio), a revalorização de Santa Cruz como Eco-urbe, projecto em que o Hidrogénio irá desempenhar um papel relevante a vários níveis, a integração do Hidrogénio na produção eólica do concelho, optimizando os contributos desta para a rede.

Relativamente ao projecto Ecos prevê-se o desenvolvimento e teste de um candeeiro solar com back-up por pilhas a hidrogénio. Aliás, o município tem vindo a participar em várias iniciativas de demonstração das pilhas de combustível a hidrogénio (back-up das comunicações do serviço de protecção civil, sinalização de obras, e iniciativas de natureza didáctica junto da população escolar do concelho).

Torres Vedras tem ainda apoiado a realização de um Seminário Internacional anual dedicado à Economia do Hidrogénio e à Sustentabilidade, estando já em preparação o 3º Seminário a realizar a 10 e 11 de Março de 2010.


Cavaco Silva desafia grandes empresas a parceiras de inovação com PME*

O presidente da República, Cavaco Silva, desafiou hoje as grandes empresas portuguesas a desenvolverem parcerias de cooperação com pequenas e médias empresas (PME) que permitam alargar e estender a inovação para melhorar a competitividade.

O repto foi lançado, de acordo com fonte da Presidência da República, pelo chefe de Estado num encontro em Madrid com dezenas de empresários portugueses, com quem analisou a necessidade de aplicar a inovação e o desenvolvimento às PME, que representam uma grande parte do tecido económico nacional.

Num pequeno-almoço de debate, antes da 5ª reunião da Cotec Europa - que decorre hoje na capital espanhola - Cavaco Silva reiterou mensagens em defesa de uma maior aposta na inovação como chave essencial para fortalecer a competitividade da economia portuguesa.

De acordo com a mesma fonte, Cavaco Silva sustentou que até aqui as referências principais à inovação e ao conhecimento tendem a apontar as grandes empresas, sendo agora essencial alargar o cenário das iniciativas.

Notando que parte do esforço de alargar as iniciativas de inovação é responsabilidade dos poderes públicos, Cavaco Silva insistiu no papel que as grandes empresas podem assumir para contribuir para este objectivo.

Por isso lançou um repto aos empresários presentes - a maioria de empresas de grande dimensão - para que ajudem a dar mais competitividade às empresas mais pequenas, com parcerias que partilhem a inovação e o conhecimento.

Esta aposta é essencial, frisou, para garantir que Portugal consegue tirar partido das oportunidades que irão surgir com a retoma económica.

Para tal devem ser apoiadas a ir para mais mercados, a procurar produtos mais competitivos e continuar a apostar na inovação e no desenvolvimento.

Neste quadro Cavaco Silva destacou ainda a importância das empresas portugueses, de todas as dimensões, procurarem trabalhar cada vez mais em redes, sobretudo no que toca a redes europeias.

O pequeno-almoço de debate decorreu no Hotel Vila Magna, em Madrid, um dos mais emblemáticos do centro da capital, que foi adquirido em Novembro de 2001 pelo grupo Queiroz Pereira à família Shirayama, de Osaka.

A reunião precede o 5º encontro da Cotec Europa que decorre hoje no Palácio do Pardo, sob presidência do rei Juan Carlos e com as presenças de Cavaco Silva e do seu homólogo italiano.

*Publicado in TSF

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

HidrogenIST participa na Solar Race de Múrcia

Após o excelente resultado obtido pela equipa portuguesa na SEM (Shell Eco Marathon), os alunos do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa foram convidados pela Agência Espanhola de Gestão de Energia (ARGEM ) para participar na Solar Race Region de Murcia. A prova, que se desenrolou no circuito de Cartagena a 3 de Outubro, tinha como objectivo apurar o melhor veículo em prova movido a energias alternativas.

Participaram nesta corrida diversos veículos que também estiveram presentes na SEM. As formas de propulsão permitidas eram gasolina, gasóleo, energia solar, hidrogénio e por fim biocombustíveis. Durante a primeira de duas mangas, para familiarização do piloto com a pista, o carro parou ao final das últimas voltas sem conseguir validar a mesma devido à falta de combustível.

«A pista de Cartagena é um circuito com muitas curvas e elevações tornando mais difícil a condução eficiente. Já com a pista e estratégia de corrida memorizada, a piloto, Ana Oliveira, conseguiu cumprir os 30 minutos regulamentares em pista assegurando um resultado equivalente a 1021km percorridos por litro de gasolina», de acordo com a equipa dos portugueses. O HidrogenIST foi o único veículo equipado com uma pilha de combustível a participar nesta prova. Por outro lado, o segundo classificado conseguiu um resultado na ordem dos 500km, o que prova desde já a potencialidade das pilhas de combustível.

Células de combustível a hidrogénio podem reduzir consumo energético doméstico

Está a ser testada em Brotton, North Yorkshire (Reino Unido), uma nova célula de combustível a hidrogénio que poderá abrir uma porta para preços de energia mais acessíveis para os consumidores.

O Technology Strategy Board, instituto britânico para a promoção da inovação e tecnologia, disponibilizou mais de 186 mil euros para a rezalização destes testes, que estão a ser conduzidos pelo Centre for Process Innovation, num edifício de 1930 onde se pretende reduzir os elevados custos com a energia e as emissões de carbono em cerca de 80 por cento.

Caso os testes venham a ter sucesso, a célula de combustível poderá ser produzida em Tees Valley, e estimular a economia local através da criação de empregos em unidades de produção e de instalação.

Mark Freeman, que está a trabalhar neste projecto, explicou que «estão a ser testadas várias formas de energia limpa no sentido de encontramos a que melhor se adpata aos residentes, reduzindo a dependência energética e as emissões de carbono. O ideal seria conseguir que os residentes fossem autosuficientes em termos energéticos».

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

«With the Joint Technology Initiatives on Fuel Cells and hydrogen, commission showed it was ready to play its part on research on clean tecnologies»*


In October 2008, President Barroso called for "paving the way for Europe's low carbon energy future"; in December 2008, the European Council stated that "security of energy supply is a priority for the EU", calling for quicker implementation of the SET Plan; in January 2009, US President Obama announced investment in renewable energy and China presented a recovery plan focused on clean technologies.

This international mobilisation on low carbon technologies is good news with regard to our endeavour in addressing climate change and energy security issues. However, it represents also a challenge for future Europe's position.

Politically, Europe has already taken the lead on the fight against climate change. This has contributed to make us the champions on some energy technologies, but we must now step ahead on the technological front. The SET Plan represents the technology pillar to the comprehensive policy jigsaw formed by the Energy and Climate package. It is designed to help EU to accelerate research to develop a world-class portfolio of affordable, efficient and low emission energy technologies.

Where does EU stand at the moment? Our estimates for 2007 show that total public and private investment, from national and EU level, in the SET Plan priorities technologies amount around €3.2 bn. Studies also show that corporate and public R&D investments in these technologies largely concentrate in only few Member States. The industry finances around 69% of non-nuclear research activities but the R&D intensities – being between 2.2% and 4.5% - remain well below the intensities of other industrial sectors that have been booming lastly: for instance, the IT-related sectors experienced R&D intensities in the order of 8% to 18% over the last 5 years.
So, if we are serious about reaching our political environmental objectives, this is simply not enough.

The Commission announced today that a 50 bn euros additional investment in key low carbon technologies over the next 10 years would be necessary to foster their development, demonstration and early-market take up. This means an upgrade in the annual EU's investment that should go from the €3 bn I've just mentioned, to 8bn euros. Even though these figures have to be considered as an order of magnitude, they should act as a wake up call. You can find the
methodology and explanations on the estimates in the accompanying reports to the Communication and the SETIS website.

The question now is the following: is Europe ready to roll up its sleeves and concretely take actions? Honestly, we don't have much choice if we are serious with tackling climate change
and remaining competitive… What the Commission proposes to do today is to increase and pool together EU and national resources and leverage private investment. Calling for enhanced coordination of research at EU level is not only words: our study showed that, in 2007, the overall public investment on research in non-nuclear clean technologies was higher than the US' one. However, this does not translate into the 'quality' of our research and our innovation capacity. We do spend more for a less efficient result! And the reason simply lies on EU's fragmentation of research and lack of complementarities between Member States. In current times where each euro counts, this pledges for an urgent implementation of the SET Plan…
An increase in current level of investment is also needed to make the jump to a low carbon economy. Where should the money come from? Obviously not from a sole actor! Faced with such common challenge, what is required is a collective effort and a sense of shared responsibility between Member States, the business sector, researchers and the Commission.

Each of us should act when and where appropriate to share the risks. Public authorities, at national and EU level, have to give the policy direction, and use public budgets when technological uncertainties and market risks are high, to have a leverage effect on the industry.
The bulk of the funds will have to come from where the bulks of the funds are: from Member States and from the private sector. EU budget will be used to leverage a step change in the overall investment. This does not imply, at this stage, an increase of EU budget. But it is my firm belief that the SET Plan and today's Communication provide good reasons to reinforce our common activities at EU level when we decide on future development of EU budget.

However, this is not all about public money. We will make a difference when we have a stronger and massive involvement of the private sector. With today's proposal, with the public-private partnerships included in the EU economic recovery plan on green cars or energy efficiency building; with the Joint Technology Initiatives on Fuel Cells and hydrogen or Clean Sky, the Commission showed it was ready to play its part by bringing funding to research on clean
technologies.

We now hope that the low carbon technology industry but also the finance sector will take the ball. Banks and private equity have to be more risk-friendly and invest in these companies that are building our future. A stronger intervention of the European Investment Bank as proposed today should also help to leverage private investments.

We are aware that, in crisis times, putting additional investment in low carbon technology can look like a "luxury". But on the contrary, such investment is part of the necessary structural reform of our economy. It will provide a strong shift to an investment-based growth. Early action in increased and coordinated investment will allow us to save money, to put Europe's on the right tracks for sustainable growth and to address the global challenges we already had before the crisis.

We have provided the springboard, we measured the height of the pummel horse,and we identified all the gymnasts. I now call Member States, companies and researchers to make this ambitious jump.


*Janez Potočnik, European Commissioner for Science and Research, in Joint Press conference with Andris Piebalgs, Energy Commissioner, about "Investing in low carbon energy technologies" – SET Plan (7/10/2009)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Comissão Europeia adopta plano de acção para a mobilidade sustentável

A Comissão Europeia adoptou um ambicioso plano de acção para a mobilidade urbana. O plano propõe 20 medidas concretas que vão ajudar as autoridades locais, regionais e nacionais a concretizar o objectivo de uma mobilidade urbana sustentável.

«É com grande prazer que apresento este pacote global de medidas na área da mobilidade urbana», declarou o Vice-Presidente Antonio Tajani, responsável pela pasta dos transportes. «Nunca antes a Comissão propusera medidas concretas para tornar mais fáceis e ecológicas e organizar melhor as deslocações urbanas. As medidas irão incentivar e ajudar os municípios, que estarão mais bem informados e mais bem equipados, a vencer os desafios que se lhes colocam», avançou o responsável.

O plano de acção dá sequência ao Livro Verde sobre mobilidade urbana adoptado em 25 de Setembro de 2007. O debate que se seguiu à adopção deste Livro Verde confirmou o valor acrescentado de medidas comunitárias em prol da mobilidade urbana, sem prejuízo das competências nacionais, regionais e locais.

Entre as propostas do plano destaca-se, por exemplo, o apoio a projectos de investigação e demonstração de veículos com menos ou sem emissões. Será também lançada uma iniciativa destinada a melhorar as informações de viagem e a comissão continuará a apoiar as campanhas de sensibilização do público, como a Semana Europeia da Mobilidade.

A fim de acelerar a adopção de planos de mobilidade urbana sustentável pelas autoridades locais, a comissão irá preparar materiais informativos, promove acções de formação e promoção e produzir documentos de orientação em aspectos importantes destes planos, como a distribuição de mercadorias em meio urbano e a utilização de sistemas de transporte inteligentes em prol da mobilidade urbana. A comissão irá também promover a disponibilidade de dados estatísticos harmonizados e o intercâmbio de informações, nomeadamente com os vizinhos da UE, e criar uma base de dados com informações sobre as melhores práticas de mobilidade urbana. Por último, serão optimizadas as fontes de financiamento comunitário e analisadas as necessidades de financiamento futuras. As acções serão lançadas ao longo dos próximos quatro anos.

Recorde-se que mais de 70 por cento da população da União Europeia vive em zonas urbanas e cerca de 85 por cento do PIB da UE é gerado nas cidades. O tráfego urbano é responsável por cerca de 40 por cento das emissões de CO 2 e 70 por cento das emissões de outros poluentes atmosféricos com origem no tráfego rodoviário.

Para mais informações sobre o plano de acção para a mobilidade urbana, consulte:

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Four degrees of warming 'likely' *


In a dramatic acceleration of forecasts for global warming, UK scientists say the global average temperature could rise by 4C (7.2F) as early as 2060. The Met Office study used projections of fossil fuel use that reflect the trend seen over the last 20 years.

Their computer models also factored in new findings on how carbon dioxide is absorbed by the oceans and forests. The finding was presented at an Oxford University conference exploring the implications of a 4C rise. The results show a "best estimate" that 4C (measured from pre-industrial times) will be reached by 2070, with a possibility that it will come as early as 2060.

Richard Betts of the Met Office Hadley Centre described himself as "shocked" that so much warming could occur within the lifetimes of people alive today. "If greenhouse gas emissions are not cut soon then we could see major climate changes within our own lifetimes," he said. "Four degrees of warming averaged over the globe translates into even greater warming in many regions, along with major changes in rainfall."

The model finds wide variations, with the Arctic possibly seeing a rise of up to 15C (27F) by the end of the century. Western and southern parts of Africa could warm by up to 10C, with other land areas seeing a rise of 7C or more.

In its 2007 assessment, the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) said the average warming by the end of the century would probably lie between 1.8C and 4C (3.2-7.2F), though it did not rule out the possibility of larger rises.

Key to the Met Office calculations was the use of projections showing fossil fuel use continuing to increase as it has done for the last couple of decades. "Previously we haven't looked at the impact of burning fossil fuels so intensely," said Dr Betts. "But it's quite plausible we could get a rise of 4C by 2070 or even 2060."

Dr Betts and his colleagues emphasise the uncertainties inherent in the modelling, particularly the role of the carbon cycle. But he said he was confident the findings were significant and would serve as a useful guide to policymakers.

The presentation at Oxford's Environmental Change Institute came as negotiators from 192 countries were gathering in Bangkok for the latest set of prepatory talks in the run-up to December's UN climate summit. Major governments of developing and industrialised nations are committed to a deal that would keep the global temperature rise to 2C, which many regard as a threshold for "dangerous" climate change.


*David Shukman, Environment correspondent, BBC News

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

G20 acorda acabar com subsídio aos combustíveis fósseis em 2020


As maiores economias mundiais acordaram, na passada semana, acabar com a subsidiação ao petróleo e outros derivados de combustíveis fósseis a médio prazo, como parte do esforço no combate às alterações climáticas. Mas os líderes do G20, reunidos numa cimeira de dois dias não conseguiram grandes avanços no que respeita à discussão em torno da ajuda financeira aos países em desenvolvimento para o combate às alterações climáticas, o que poderá estar a periclitar um novo acordo climático, esperado em Dezembro.

Cerca de 300 mil milhões de dólares são gastos anualmente no subsídio de preços de combustível, mantendo os preços baixos artificialmente em alguns mercados, o que contribuiu para o aumento das emissões de dióxido de carbono.

O acordo estabelecido por todos os membros do G20, incluindo a Rússia, India e China, constitui uma vitória de Barack Obama. «Esta reforma permitirá reforçar a nossa segurança energetic e ajudar a combater as ameaças decorrentes das alterações climáticas», disse Obama no final da reunião. «Todas as nações têm a responsabilidade de cumprir estes desafios e hoje demos um importante contributo para esse cumprimento», acrescentou o Presidente dos EUA.



A eliminação deste tipo de subsídios em 2020 poderá reduzir as emissões de CO2 em cerca de 10 por cento em 2050, declararam os líderes, citando dados da Agência Internacional de Energia e da OCDE.

EHA colabora em livro sobre mercado mundial das células de combustível a hidrogénio


A Associação Europeia do Hidrogénio (EHA, da sigla em inglês) em colaboração com a associação italiana da célula combustível a hidrogénio (H2IT) contribuiu para um capítulo da nova publicação «Inovação, mercados e energia sustentável, os desafios do hidrogénio e células de combustível de Edgar Elgar».


O livro, editado por Stefano Pogutz da Universidade de Bocconi, em Milão, apresenta um profundo estudo da indústria e do mercado das células de combustível a hidrogénio. Também faz um exame da estrutura da cadeia de valor e das estratégias dos principais players da indústria, das parcerias e os processos de aprendizagem inter-organizacional, do desenvolvimento de mercados novos, e da dinâmica do capital de risco. Fornece também uma visão global das políticas que suportam a tecnologia das células de combustível e do hidrogénio nos principais países em torno do mundo. Adoptando uma perspectiva de secção transversal e internacional, o livro analisa as implicações de introduzir as células de combustível no sistema industrial e explora a complexidade do desenvolvimento do mercado de novas soluções tecnológicas.


Aceda ao livro aqui.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Airbus desenvolve pilha de combustível que reduz peso e consumo de energia do avião

A Airbus terminou o último estágio do seu programa aeroespacial civil dedicado à pilha de combustível, ao aproveitar a água e o calor obtidos no funcionamento pilha para os equipamentos existentes no voo.

Claus Hoffjan, responsável pelo desenvolvimento da célula de combustível na Airbus, tem dirigido a pesquisa no sentido de desenvolver um sistema que pudesse gerar até 20KW. O sistema, cujo primeiro voo foi testado em Fevereiro de 2008 para fornecer a energia em sistemas de backup hidráulico e eléctrico num A320, trabalha de forma similar às células combustíveis convencionais combinando o hidrogénio com o oxigénio num processo frio de combustão.

A inovação usa um condensador separado para recolher a água obtida na reacção química entre o hidrogénio e o oxigénio. Outro subproduto, o ar quente, é recolhido num humidificador e aproveitado para aquecer o interior da cabine do avião. Este processo evita a utilização de uma unidade de poder auxiliar adicional (APU), um sistema inerte no tanque de combustível, uma turbina de ar ou um sistema de armazenamento de água, que podem ser responsáveis por mais 2,2 toneladas do peso num típico A380.

Hoffjan explicou que esta inovação permitiu não só uma redução do peso de carga, mas também o consumo de energia total da aeronave: «Num avião existe um sistema separado para tudo, mas nós podemos combinar tudo num único sistema usando a mesma quantidade de energia».

Nos últimos anos, as companhias de aviação como a Airbus e a Boeing aumentaram a sua pesquisa em sistemas de pilhas de combustível. Embora a sua aplicação no sistema de propulsão de um avião comercial seja ainda impossível, devido ao seu pequeno output de energia, a utilização em unidades de poder auxiliar (APU) pode ajudar à redução das emissões de CO2 e de NOx da indústria da aviação.

A maioria da pesquisa realizada tem se centrado no uso de células de combustível em sistemas eléctricos internos tais como iluminação, ar condicionado e aquecimento da cabine. Entretanto, a Airbus reivindica que é a única companhia com um modelo avançado de uma célula de combustível capaz de integrar sistemas desta forma.

«O próximo passo é aplicar esta inovação a um avião, o que planeamos fazer em regime de testes de voo em 2012», revelou Hoffjan acrescentando que «a inovação pode ser também aplicada à indústria automóvel, que confia pesadamente nos motores high-energy que funcionam a combustíveis fósseis. No futuro, não haverá petróleo suficiente para responder às necessidades mundiais, pelo que necessitamos de encontrar uma alternativa e acredito que encontrámos essa fonte no hidrogénio».

No entanto, um dos entraves à utilização do hidrogénio, acredita Hoffjan, é a sua disponibilidade e elevado custos. Actualmente, a maioria das células de combustível são montadas à mão, mas a Airbus já avançou que planeia utilizar um processo automatizado que poderia fazer baixar o preço de modo a permitir a sua produção em massa.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

União Europeia pretende liderar desenvolvimento de energias limpas com «cidades inteligentes»

A União Europeia pretende chegar à liderança da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de produção de energias limpas com o Plano Estratégico de Tecnologia Energética (SET Plan, na sigla em inglês). Uma das propostas é transformar entre 25 e 30 cidades europeias em «cidades inteligentes» até 2020. Equipadas com redes eléctricas inteligentes, edifícios sustentáveis e meios de transporte eficientes, as cidades serviriam de cenário para o teste de sistemas e tecnologias que poderiam expandir-se posteriormente para toda a Europa.

Trata-se de uma ideia similar à das ecocidades, centros urbanos baseados na sustentabilidade que estão em construção em vários lugares do mundo. A questão é que estes projetos geralmente são privados, e uma iniciativa como a promovida pela União Europeia, com três dezenas de cidades inteligentes em diferentes partes do continente, pode revelar-se um empreendimento ambicioso e caro.

A ideia é estabelecer zonas com “baixo carbono” e depois ampliá-las para cidades e regiões. Outra proposta das autoridades da UE é intensificar a produção de energia eólica e instalar turbinas nos oceanos. A meta é que este tipo de energia supra um quinto nas necessidades energéticas da região até 2020. Há planos também para ampliar a produção de energia solar, com a criação de cinco novas centrais piloto de energia solar fotovoltaica e dez de energia solar concentrada.

As propostas ainda não saíram do papel, mas espera-se que as opções de financiamento sejam divulgadas durante a cúpula do SET Plan em Estocolmo, a realizar entre 21 e 22 de Outubro próximo. Os investimentos estimados para viabilizar a totalidade do plano poderia chegar a 50 mil milhões de euros durante a próxima década, que se dividiriam entre o setor público e o privado.Para isso, seria preciso triplicar o investimento anual, de cerca de três mil milhões.

Putting sun and wind in a bottle*

One of the main criticisms against renewable energy sources is that they cannot be stored. The intermittence of wind, wave or solar energy creates a lot of trouble to network operators and raises doubts when it comes to security of supply. Some people consider them not to be economic because renewable sources need additional conventional power plants for the days that wind does not blow or the sky is cloudy. They claim that you can store oil, coal, gas or uranium and have them handy for the moment you need them but you cannot put sun or wind in a bottle. Or maybe you can?

The Commission has been financing research in two interesting projects that do precisely this. The first one is in the beautiful island of Hierro, the smallest in the Canary archipelago. It has been declared Biosphere Reserve by UNESCO and its island government has taken the brave decision of producing 100% of their energy needs from renewable sources. The main element in reaching this goal is a wind-hydro-energy system that does store renewable energy. How does it work? Five large wind turbines produce electricity that is sent to the network for local consumption. When there is an excess of production (for instance, at night) the electricity is used to desalinize sea-water and to pump that water up to an artificial lake 700 m above the sea level. When the wind does not blow or there is an increase electricity demand, the water is piped down at high pressure and water-turbines generate electricity from it. When the wind blows again, the cycle re-starts with water being pumped up.

This system is expected to be in operation next year and the experience of Hierro is likely to be exported to other islands or other territories of the EU. Currently, the island of Hierro is producing its electricity from a 10 MW fuel-oil power station. When the new system comes into service, 18.700 tonnes of CO2 emissions will be avoided.

The second project aims at storing solar energy and is located near the sunny city of Seville in the South of Spain. In this case, the heat of the sun is concentrated with large mirrors to the top of a 50m high concrete tower, where temperatures are as high as in any thermal power station. Heat makes the water boil, and high temperature steam moves a normal generator. The real revolution of the system is that the sun’s rays are also used to heat salts to the point that they melt and reach very high temperatures. When the sun sets or the clouds cover the sun, these hot salts are the ones that produce the steam that generates the electricity. When the sun rises the process starts over and the salts again store the energy of the sun.

Those are simply two examples. Other scientists consider that hydrogen and fuel-cells could be another good way of storing renewable energy, while some specialists think that electric cars connected to smart grids may be the solution of the future. In any case, I think it is not acceptable to say that we’d better use fossil fuels instead of renewable energies because wind and sun cannot be stored. As a matter of fact, fossil fuels are nothing but stored solar energy, and we’d better to have something else stored in stock, for the moment they run out.


*Andris Piebalgs, Comissário Europeu da Energia

sábado, 26 de setembro de 2009

«Os primeiros passos para a instalação da Economia em Portugal irão dar-se dentro de cinco anos»

Entrevista a Rui Lobo, um dos autores do Lisbon Statement on Hydrogen and Clean Energies

No Lisbon Statement é referido que a ideia do documento surgiu na sequência do seminário Hypothesis. O que sucedeu realmente para surgir esta tomada de posição?

Uma conferência internacional é sempre um espaço privilegiado para a reflexão sobre as respectivas matérias e também para contactos entre os participantes com vista a tomadas de decisão sobre inúmeros aspectos. Neste caso, surgiu a ideia de fazer um documento que envolvesse nós os três [César Sequeira e Carmen Rangel] e que exponha de forma clara as nossas preocupações como investigadores bem como sugestões a seguir.

Qual tem sido a reacção dos investigadores, empresários e outros operadores deste segmento de mercado relativamente ao Lisbon Statement?

É ainda muito prematuro fazer um balanço, pois como é habitual neste tipo de situações, é necessário que as ideias se propaguem e amadureçam.O que se pretende principalmente não é obter um feedback rápido mas sim a disseminação das ideias e sua assimilação sustentável. O documento faz várias referências ao Governo e às entidades responsáveis pelas políticas na área da investigação e da energia.

A ideia é apresentar este documento a estas entidades?

O documento não faz particular referência ao governo de qualquer país em particular, mas sim a todos os governos em geral, e o mesmo é válido relativamente às entidades responsáveis pelas políticas na área da investigação e da energia.Enquanto investigadores não está nos nossos objectivos imediatos apresentar este documento a essas entidades. Faço notar que o documento representa um conjunto de considerações que certamente são comuns a muito gente neste nosso Mundo. Gostaríamos sim de saber quais são as pessoas que subscrevem essas conclusões e considerações. E claro está, essas entidadessão compostas por pessoas que também podem contribuir da forma indicada no Statement. A ap2h2 pode ter um papel muito importante a desempenhar se divulgar o documento por entre associações congéneres do Mundo inteiro e em particular da Europa. Estas instituições defensoras do hidrogénio e das energias limpas é que podem vir a ter um papel positivo de interlocução com as outras entidades responsáveis, entre elas as governamentais.

Que consequências ou efeitos esperam que o documento venha a provocar?

Não faço ideia, mas gostaria que viesse a obter o maior número de apoiantes e subscritores, sobretudo de pessoas da área de Energia.

Acham que as entidades referidas estão suficientemente sensibilizadas para estas questões?

A maioria das entidades governamentais certamente que não mas muitas Universidades e associações ou agências do sector acredito que sim.

Acham que o País está no bom caminho para combater a dependência energética dos combustíveis fósseis?

Por enquanto, há boas intenções e algumas panaceias no campo das energias limpas mas que infelizmente ainda não incluem o hidrogénio.

A Economia do Hidrogénio pode ser uma realidade dentro de quantos anos em Portugal?

É difícil de prever mas estou seguro que os primeiros passos se irão dar dentro de cinco anos.

Qual o papel da investigação e educação na implementação da Economia do Hidrogénio?

Absolutamente crucial.

Qual o papel que o hidrogénio pode ter no mix energético nacional?

O hidrogénio terá inicialmente um papel preponderante no sector da mobilidade, e depois gradualmente também se irá manifestar nas aplicações estacionárias.

Qual a mensagem que querem deixar às entidades da tutela?

Que apoiem o Statement com acções concretas e se possível o subscrevam em boa fé.

Abertas candidaturas para financiamento de inovação em PME

Encontram-se abertas as candidaturas às linhas de financiamento “Vale Inovação” do Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME e “Vale I&DT” do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, ambos do Programa Operacional Factores de Competitividade, do IAPMEI.

Estes apoios visam dar resposta às necessidades específicas das empresas, aumentando a sua competitividade e a melhorando a sua oferta de produtos, processo e serviços. A linha de financiamento “Vale Inovação” pretende apoiar a aquisição de serviços de consultoria e de apoio à inovação, enquanto que a “Vale I&DT” apoia a aquisição de serviços de I&DT.

As candidaturas estão abertas de 15 de Setembro a 13 de Outubro de 2009, sendo que os projectos submetidos ao abrigo destes Vales deverão ter uma duração máxima de um ano e apresentar uma despesa mí­nima elegí­vel de cinco mil euros. Podem ainda obter uma taxa de co-financiamento máxima de 75 por cento, sendo o limite de incentivo máximo a conceder de 25 mil euros.

O sistema de incentivo I&DT tem como objectivo intensificar o esforço nacional de I&DT e a criação de novos conhecimentos com vista ao aumento da competitividade das empresas, promovendo a articulação entre estas e as entidades do Sistema Científico e Tecnológico (SCT).

São susceptíveis de apoio os projectos que incidam sobre as seguintes áreas científicas e tecnológicas de ciências e tecnologias do ambiente; engenharia de sistemas; sistemas energéticos e novas formas de energia; ciências e tecnologias do mar; tecnologias e ciências dos materiais; engenharia mecânica; engenharia electrotécnica, automação, controlo; tecnologias de informação e telecomunicações; entre outros.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fabricantes de automóveis assinam carta de entendimento para lançar veículos eléctricos com células de combustível

A Daimler AG anunciou que os fabricantes automóveis líderes mundiais em tecnologia de células de combustível – Daimler AG, Ford Motor, General Motors Corporation/Opel, Honda Motor Co., Hyundai Motor Company, Kia Motors Corporation, a aliança Renault SA e Nissan Motor Co., e Toyota Motor Corporation - deram um importante contributo para o desenvolvimento e introdução no mercado de veículos eléctricos com células de combustível ao assinar uma Carta de Entendimento (LoU, da sigla em inglês).

Estas empresas são já detentoras de reconhecido kow how na tecnologia de células de combustível, por isso, a assinatura deste documento marca um importante passo no sentido da produção em série deste tipo de veículos que não produz emissões de carbono.

A Carta de Entendimento estabelece que a partir de 2015 um número significativo de veículos eléctricos a células de combustível pode ser comercializado. A partir deste documento, cada fabricante poderá fixar melhor as suas estratégias de produção e de vendas, bem como os termos de vendas destes automóveis podendo mesmo antecipar a data estabelecida na LoU.

A manter-se a actual tendência de crescimento de vendas de veículos automóveis, é esperado que a prioridade dada a veículos de baixas ou zero emissões seja cada vez maior, até porque as metas de redução de dióxido de carbono deverão ser cada vez mais exigentes.

Os projectos de demonstração actualmente em curso que envolvem companhias de distribuição, utilities e de engenharia confirmam que a produção, armazenamento, transporte e distribuição de equipamentos eficientes para o hidrogénio sob a forma de células de combustível em 2015 é atingível.

Mas para garantir que a introdução deste tipo de automóveis é um sucesso é ainda necessário construir uma infra-estrutura estável, que deverá estar concluída em 2015, partindo das áreas metropolitanas para determinados corredores pré-definidos.

A indústria automóvel defende que a infra-estrutura deve de avançar já na Europa, tendo como base de partida a Alemanha, ao mesmo tempo que se desenvolvem outros pontos estratégicos para o estabelecimento deste tipo de infra-estrutura em todo o mundo, nomeadamente EUA, Japão e Coreia, como pontos de partida.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Oito empresas apoiam desenvolvimento de estações de abastecimento a hidrogéno na Alemanha

Oito empresas assinaram em Berlim, Alemanha, um memorandum de entendimento para a proliferação de estações de abastecimento de hidrogénio no país. Linde, Daimler, EnBW, NOW, OMV, Shell, Total e Vattenfall deram assim o aval para a continuação do programa Mobilidade H2, que tem como objectivo a produção em série de veículos a hidrogénio em 2015.

Actualmente, a Alemanha dispõe já de 30 estações de abastecimento a hidrogénio por todo o país, o que significa que é o país como mais infra-estruturas destas na União Europeia. Dessas 30, sete estão integradas em estações de abastecimento normais.

Wolfgang Tiefensee, ministro dos Transportes, Edifícios e Assuntos Urbanos, reforçou que o país está prestes a tornar-se o mercado líder em termos de tecnologias modernas. «Esta aposta deverá assegurar e criar novos empregos nos mercados futuros. O nosso propósito é continuar a promoção da electromobilidade baseado no hidrogénio e nas células de combustível, com consistência e sistematização», avançou.

Estabelecer uma rede pública de estações de abastecimento a hidrogénio por todo o país é uma das medidas previstas no pacote de estímulo à economia da Alemanha.

Além da Daimler, todas as principais empresas produtoras de automóveis estão empenhadas no desenvolvimento da produção de hidrogénio, nomeadamente a General Motors, Opel GmbH, Honda, Toyota, Nissan, Renault, Ford e Hyundai-Kia.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Primeira unidade de produção de electricidade a partir de hidrogénio abre em Itália


A eléctrica italiana Enel anunciou em Agosto a entrada em funcionamento da primeira unidade produtora de electricidade a partir de hidrogénio em Fusina, Porto Marghera, na zona industrial de Veneza. A unidade de ciclo combinado é a primeira do género a operar a esta escala.

O hidrogénio utilizado na unidade é um sub produto da indústria petroquímica existente no local, nomeadamente da fábrica Polimeri Europa, do grupo ENI, e deverá produzir energia suficiente para as necessidades de 20 mil famílias, o que corresponde à redução anual de cerca de 17 toneladas de dióxido de carbono emitidas para a atmosfera, segundo a empresa.

A unidade integra o projecto Hydrogen Park, que foi lançado pela região de Veneza e o ministério do Ambiente de Itália. Com um financiamento de quatro milhões de euros, o projecto pretende promover o desenvolvimento e implementação das tecnologias do hidrogénio no sector dos transportes e na produção de electricidade na área do Porto Marghera.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Coreia do Sul com primeiro aterro a produzir hidrogénio puro no mundo

O primeiro aterro de resíduos a criar hidrogénio do mundo está a ser desenvolvido na ilha Nanjido, na Coreia do Sul. Os aterros produzem habitualmente uma grande quantidade de metano, gás que é rico em hidrogénio.

O aterro de resíduos encerrou portas em 1993 por ter atingido a capacidade limite, tendo canalizado o metano para aquecimento do Estádio de Seul, onde teve lugar o mundial de futebol, com 60 000 lugares. Agora, uma nova tecnologia fornecida pelo grupo sul coreano SK permitirá sequestrar o carbono do metano e produzir hidrogénio puro (99,9 por cento). A unidade deverá estar operacional em Novembro de 2010.

O hidrogénio produzido a partir do antigo aterro servirá para abastecer dois autocarros movidos a hidrogénio e dois outros veículos alimentados a células de combustível facultados pela Hyundai. Parte do hidrogénio será ainda utilizado para produzir energia eléctrica e calor para o Nanji Art Studio, na cidade de Nanjido.

Tendo em conta a baixa qualidade do ar perto de Seul, e a aposta no investimento em soluções que envolvem hidrogénio, a Coreia do Sul está a tornar-se num país que promete rápidos desenvolvimento nesta área. Vários veículos Hyundai e Kia, movidos a células de combustível estão a ser e têm vindo a ser testados nos últimos anos no país.

Juntamente com o Japão e a China, a Coreia do Sul pode estar a fornecer energia a habitações a partir do hidrogénio dentro de cinco dez anos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hyceltec 2009 reúne especialistas de hidrogénio e células de combustível de todo o mundo


É já neste mês que tem lugar o Hyceltec 2009 - II Iberian Symposium on Hydrogen, Fuel Cells and Advanced Batteries, em Vila Real, de 14 a 17 de Setembro. O evento surge na sequência do sucesso verificado o ano passado com a iniciativa realizada em Bilbao, Espanha.


O meeting serve de espaço para a divulgação dos mais recentes desenvolvimentos numa das mais matérias mais susceptíveis da actualidade: construir um futuro com base na sustentabilidade e numa energia mais amiga do ambiente. Entre os tópicos a abordar pelos especialistas estão a conservação da energia e armazenamento, tecnologias de combustíveis alternativos e ciências ambientais. Neste âmbito, espera-se que sejam identificadas áreas emergentes e futuras áreas de crescimento.


Assim, o Hyceltec 2009 é o palco para vários especialistas de diferentes áreas partilharem as mais recentes descobertas e criar um fórum interdisciplinar de discussão que inclui não só cientistas ibéricos, mas também especialistas de outros países europeus, América do Norte e do Sul e Ásia.


Veja aqui o programa oficial.

Mais informações e detalhes consulte: http://www.hyceltec2009.utad.pt/en/welcome.html


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mercedes vende primeiros veículos a hidrogénio em 2010


A Mercedes-Benz vai lançar a sua primeira série de veículos movidos a células de combustível ainda este ano. O primeiro lote (200) do novo B‑Class F-CELL será entregue aos clientessob o sistema de leasing no início de 2010 nos EUA e na Europa.


Movido por um motor eléctrico de 136 cv e 290 Nm de binário, o Classe B F-Cell obtém energia eléctrica a partir da reacção electroquímica (hidrólise) entre hidrogénio e oxigénio, que posteriormente é armazenada em baterias de ião de lítio colocadas no piso do modelo. Por seu turno, o hidrogénio está armazenado em dois cilindros alojados sob a bagageira.

De acordo com a marca alemã, o F-Cell consome o equivalente a 3,3 l/100 km de gasóleo, não emitindo quaisquer gases nocivos para a atmosfera, alcança uma velocidade máxima de 170 km/h e tem uma autonomia de 385 quilómetros, para o que contribui também o sistema de travagem regenerativo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Equipamentos móveis com células de combustível podem estar no mercado daqui a dois anos

Os equipamentos móveis que utilizam tecnologia de células de combustível podem estar disponíveis comercialmente dentro de dois a três anos, anunciou a empresa Cummins Power Generation, acrescentando ainda que as unidades estacionárias com 100kW deverão estar na mesma situação dentro de sete a dez anos.

A Cummins Power Generation tem como core business produtos de células de combustível de óxido sólido (SOFC). Estas células de combustível operam com um mix de hidrogénio e monóxido de carbono e podem ser utilizadas com outros combustíveis já existentes, como o gás natural. Os produtos obtidos com o seu funcionamento são o vapor de água e uma pequena quantidade de dióxido de carbono.

Xin Li, investigador sénior e técnico especializado da empresa, explica que estas unidades têm o potencial de serem produzidas a custos aproximados das tecnologias convencionais de produção de energia estacionária.

A empresa garante que os seus sistemas SOFC têm a capacidade de substituir os sistemas a diesel existentes em muitas aplicações, com a vantagem de não provocarem ruído, utilizarem muito menos combustível e emissões do que os sistemas convencionais.

Um protótipo da empresa produziu 3kW de energia eléctrica e esteve em funcionamento cerca de 2000 horas numa unidade de testes, verificando-se que esteve a operar com uma eficiência de 37 por cento, um resultado animador tendo em conta que um sistema tradicional de tamanho comparável apresenta uma eficiência de cerca de 30 por cento, segundo o especialista.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Solar-hidrogénio é solução para 70 por cento das necessidades energéticas mundiais


Qual a fonte de energia que tem a capacidade, a longo prazo, de responder às necessidades energéticas de todo o mundo de modo renovável? Derek Abbott, professor do Departamento de Engenharia Eléctrica da Universidade de Adelaide, na Austrália, diz que só há uma resposta possível: solar-hidrogénio.

Solar-hidrogénio significa usar a energia solar para gerar electricidade e depois usar essa electricidade na electrólise da água para produzir hidrogénio quando for necessário – por exemplo para alimentar automóveis movidos a hidrogénio. O professor universitário acredita que esta combinação poderia ser responsável por cerca de 70 por cento das necessidades energéticas mundiais – os restantes 30 por cento seriam fornecidos por um mix de outras fontes energéticas, tendo feito alguns cálculos que suportam a sua teoria. Em resumo: a energia solar que atinge o planeta (e não é reflectida ou absorvida pelas nuvens) é cinco mil vezes mais do que o actual consumo energético global.


Além da questão da sustentabilidade, o solar-hidrogénio bate qualquer outra das fontes de energia do ponto de vista económico, acredita o especialista. A sua forma predilecta de captar a energia solar é através de colectores térmicos. Por isso, assevera: «Os governos têm de começar por criar centrais solares que abasteçam a actual rede eléctrica e assegurar hidrogénio suficiente para alimentar autocarros. Os entusiastas vão comprar carros movidos a hidrogénio, abater os veículos actuais e abastecer nas estações dos autocarros. E as coisas vão crescer a partir daqui. Tem de se começar por algum lado».

Abbott é da opinião de que o hidrogénio vai prevalecer sobre os carros eléctricos movidos a baterias porque a produção de resíduos químicos e perigosos é manifestamente reduzida dado que os veículos eléctricos precisam de baterias. Por outro lado, os veículos a gasolina com motor de combustão podem ser adaptados para trabalharem a hidrogénio e a indústria automóvel está infra-estrutura no sentido da tecnologia de combustão.