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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Custódio Miguens: Pólo de competitividade de energia pode apoiar projectos de hidrogénio e células de combustível


Em entrevista à AP2H2, Custódio Miguens, Presidente da Direcção da ENERGY IN - Pólo de Competitividade e Tecnologia da Energia e um dos oradores no 3º Seminário Internacional de Torres Vedras, fala dos mais recentes passos dados pelo pólo, que se pretende afirmar como entidade de referência no domínio da investigação energética nacional.


Em que fase se encontra actualmente o Pólo de competitividade em Energia?
Só no final de Janeiro de 2010 foram indigitados os Coordenadores das nossas 5 fileiras prioritárias de intervenção. Só a partir daí o Pólo teve condições para poder desenvolver a sua actividade. Desde então elaborámos um plano de actividades (que vamos agora debater e aperfeiçoar com os nossos Associados) e preparámo-nos para submeter alguns projectos ao QREN, para o que aguardamos o lançamento das candidaturas.


Quantas empresas estão já associadas? Quais as áreas ou sectores de actividade?
Actualmente temos 10 Associados distribuídos por dois grupos de interesses. De um lado, temos grandes empresas interessadas em fomentar e testar novas tecnologias e novas soluções, com vista à criação de novas opções de crescimento. De outro lado, temos produtores de bens de equipamento e fornecedores de serviços com elevado conteúdo tecnológico, que desejam desenvolver novas tecnologias e novas capacidades para melhorarem a sua competitividade no mercado global.
Além destes 10 Associados que já formalizaram a sua adesão, outras 12 empresas já nos fizeram saber que também desejam aderir. E contamos vir a ter muitos mais Associados, especialmente depois de termos criado o nosso website, que está agora em construção.


Qual o plano de acção ou de actividades do Pólo para este e o próximo ano?
Anunciaremos o nosso plano de actividades brevemente, depois de o termos debatido com os nossos Associados e Parceiros, onde se incluem um Conselho Científico e um Conselho Consultivo.


Qual o investimento previsto?
Primeiro, precisamos de conhecer os apoios que serão atribuídos aos nossos projectos, antes de podermos fazer qualquer estimativa. Como se sabe - e isso não acontece apenas em Portugal - o investimento em I,D&D e, dum modo geral, em inovação, é repartido entre o Estado e as Empresas, pois estamos a falar de capital de risco (que as Empresas investem sempre com parcimónia) e não devemos esquecer que o Estado é também um dos beneficiários da inovação bem sucedida.


Quais os projectos ou que tipo de projectos estão na calha para virem a ser apoiados ou desenvolvidos no âmbito das actividades do Pólo?
Os projectos que temos em carteira vão desde a criação de infra-estruturas (cito o exemplo da criação do Instituto de Energia Offshore, que deverá construir uma zona de testes para protótipos, no mar) até projectos-piloto de várias tecnologias emergentes, soluções para o carregamento das baterias dos futuros veículos eléctricos, desenvolvimento de redes inteligentes, projectos de edifícios sustentáveis, desenvolvimento de dispositivos que ajudem a fazer uma boa gestão da procura de energia nos sectores residencial, terciário e industrial, aproveitamento da energia solar nos edifícios e muitos outros.
Também não queremos esquecer aqueles projectos que, não "sonhando" com rupturas tecnológicas, têm componentes inovadoras combinadas com sentido prático, que podem acrescentar muito valor a aplicações actuais. É, por exemplo, o caso de projectos de tele-manutenção de torres eólicas (cuja utilidade será multiplicada diversas vezes no caso de instalações offshore) ou de desenvolvimento de novos materiais para aplicações específicas.


Que papel poderá estar reservado para as pilhas de combustível e o hidrogénio no âmbito das actividades do Pólo?
O Pólo da Energia procurará apoiar todas (sublinho todas) as soluções tecnológicas e parcerias que ofereçam boas oportunidades à indústria nacional, contribuindo para que esta melhore a sua competitividade no mercado global. A única condição é que haja Empresas interessadas em aproveitar essas oportunidades e dispostas a trabalhar conjuntamente com o Pólo.
Sendo certo que o hidrogénio não figura entre as 5 Fileiras Prioritárias do PCTE (o que se explica por não estar entre as principais prioridades dos seus Associados Fundadores) nada impede que venha a figurar entre as nossas prioridades no futuro, se do lado da Comunidade Empresarial houver essa manifestação de interesse e um plano de trabalho consistente. E mesmo no estado actual, nada impede que a gestão do Pólo se empenhe em bons projectos na vertente do hidrogénio, ou das pilhas de combustível, se existirem também o interesse da indústria nacional e indícios de viabilidade económica futura.

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